CAMPO GRANDE (MS),

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    12/04/2019

    No Brasil, uma pessoa tenta suicídio a cada 46 minutos, diz MS

    Fenômeno não é fácil de ser detectado mas pode ser prevenido 

    ©DIVULGAÇÃO
    O suicídio é um problema global de saúde pública. Não escolhe faixa etária, renda, orientação sexual nem gênero. Pode ser provocado por diversos fatores e não há fórmula para preveni-lo. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa tenta suicídio a cada 46 minutos. No mundo, essa já é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Isso fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS), propusesse a meta de reduzir os óbitos por suicídio em 10%. 

    Em publicação lançada em 2018 pelo Ministério da Saúde, descobriu-se que 106.374 mortes por suicídio foram registradas entre 2007 e 2017. O objetivo com o documento era reunir o maior conjunto de dados possível para impedir que as pessoas tirem suas próprias vidas. Para atingir a meta estipulada pela OMS, a pasta anunciou uma série de medidas para os próximos anos. 

    O número de Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) em cidades com alto índice de suicídio foram ampliadas, com um aporte de R$ 1,4 milhão para núcleos de atendimento nas cidades de Manaus (AM), Campo Grande (MS), Boa Vista (RR), Teresina (PI), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Além disso, outros R$ 500 mil foram liberados para a ampliação da gratuidade nas ligações para o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV). O serviço fornece apoio emocional de voluntários para pessoas em situação de risco e, também, está disponível por meio de um chat no site do projeto. O número para o atendimento por telefone é 188. 

    O Ministério da Saúde também habilitou 109 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), localizados em 20 estados. Nos locais onde existem Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), o risco de suicídio tem sido reduzido em até 14%. E, por fim, a pasta liberou R$4,5 milhões para o desenvolvimento de pesquisas sobre o risco de suicídio e saúde psicossocial de pacientes com HIV e transtornos mentais. 

    Sinais para prevenção 

    O suicídio é um fenômeno difícil de ser detectado. Apesar disso, o Ministério da Saúde indica alguns sinais para os familiares, amigos e até a própria pessoa entrar em estado de alerta e procurar ajuda. Eles não devem ser considerados de maneira isolada e tampouco servem de fórmula infalível para essas situações; mas podem ajudar em um primeiro momento. Fornecer uma rede de apoio é fundamental para quem sofre desse transtorno. Abaixo, confira alguns desses sinais: 

    - O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas; 

    - Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança; 

    - Expressão de ideias ou de intenções suicidas, com frases como: "Vou desaparecer”, “Vou deixar vocês em paz”, “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”, “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”; 

    - Isolamento. 

    Além desses, existem outros fatores, como perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes, tensão e pressão excessiva na preparação para provas e vestibulares

    Eles fatores não são determinantes para o suicídio, mas podem deixar o indivíduo instável. Dessa forma, devem ser levados em conta em conjunto com outros comportamentos e pensamentos suicidas. Portanto, se você conhecer alguém nessa situação, não se desespere. Hoje já existem diversos serviços de apoio emocional e acolhimento. Não exite em procurar ajuda, pois somente com auxílio profissional é possível trabalhar uma abordagem multidisciplinar nesses casos. 

    Os principais centros de apoio são: 

    - CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde). 

    - UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais 

    - Centro de Valorização da Vida – 188 ligação gratuita e por meio de chat são os meios para pedir ajuda. Também há profissionais e universidades que fazem atendimento gratuito para pacientes nessa condição. 

    Se você convive com uma pessoa sob risco constante de suicídio, o Ministério da Saúde elenca algumas medidas básicas de prevenção: 

    ◾ Se disponha a conversar com a pessoa, e deixe-a saber que você está lá para ouvir com a mente aberta e oferecer seu apoio; 

    ◾ Incentive a pessoa a procurar ajuda profissional de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento. 

    ◾ Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais e contate alguém de confiança, indicado pela própria pessoa; 

    ◾ Se a pessoa com quem você está preocupado convive com você, assegure-se de que ele não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa; 

    ◾ Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.



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