Setor foi beneficiado com autorização do modelo de certificado sanitário internacional pela Arábia Saudita
©DIVULGAÇÃO |
O mercado apicultor é formado por vários produtos. Entre eles estão o mel, a própolis e pólen, cera, apitoxina e geleia real. Os dois primeiros, no entanto, são aqueles com maior valor para o Brasil, devido às características de produção de cada região. A própolis é uma substância produzida pelas abelhas e é rica em vitaminas e aminoácidos.
Por causa dessas propriedades, pode combater bactérias e fungos, funcionando como um antibiótico natural, efeitos antiinflamatórios, antioxidantes, anestésicos e cicatrizantes, além de apresentar a mesma propriedade imunomoduladora que a glutamina, por exemplo.
Como no Brasil há uma grande diversidade de flora, esse fator também reflete na produção de própolis. A variedade se expressa pela combinação entre várias plantas, o que dá origem a produtos diferenciados em cada região. Essa característica faz com que o setor tenha competitividade e se destaque no cenário nacional e internacional. A própolis vermelha de Alagoas, por exemplo, possui uma certificação do Instituto Nacional de Propriedade industrial (INPI), reconhecida internacionalmente e que dá direito à propriedade intelectual autônoma, indicando a origem de um determinado produto ou serviço.
As condições climáticas e de vegetação também colaboram para esse tipo de produção. Somente o estado de Minas Gerais produz 29 toneladas de própolis, sendo responsável por 70% da produção de todo o Brasil, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Atualmente, 92% de toda própolis in natura consumida do Japão é de origem brasileira. Lá, o frasco do extrato alcoólico da substância é vendido por US$110, de acordo com os dados da Japan Trade Organization. Além disso, Segundo boletim da Secretaria de Agricultura e do Desenvolvimento, “os itens mais consumidos durante o inverno são mel, própolis e sprays que combinam o mel e a própolis a produtos como agrião, guaco, menta, gengibre e alecrim”.
Mel brasileiro é um dos mais puros do mundo
Falando em mel, esse também é um dos produtos apícolas mais requisitados pelo mercado internacional. Considerado um dos mais puros do mundo, o produto é exportado para os Estados Unidos e na Europa, onde a substância tem grande aceitação pela alta qualidade demonstrada. Enquanto em outros países o mel é considerado apenas um alimento, no Brasil ele também ganha outras aplicações, com a substância sendo utilizada no mercado de beleza para máscaras faciais, cremes e hidratantes.
De acordo com a Abemel (Associação Brasileira dos Exportadores de Mel), em 2017, ano no qual o último levantamento foi divulgado, o país exportava 27 mil toneladas enviadas e um faturamento de US$ 121,2 milhões. O empresário paranaense Carlos Alberto Domingues é o maior exportador de mel do país, com seis mil toneladas por ano -- 12% da produção nacional. Ele exporta para países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e União Europeia.
Para dar conta de toda essa demanda, o empresário tem cerca de 2 mil apicultores ao redor do Brasil. Eles fornecem o mel necessário para abastecer os mercados internacionais, sem contar nas outras duas filiais - uma no Ceará e outra no Maranhão. Hoje, o maior produtor do mundo é a China, com cerca de 450 mil toneladas por ano.]
Brasil recebe autorização para vender produtos apícolas para Arábia Saudita
Outra notícia positiva para o mercado apicultor brasileiro, em especial para a própolis e o mel, foi a autorização da Arábia Saudita para receber produtos apícolas produzidos no país. O comunicado foi enviado no dia 19 de outubro do ano passado para Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A aprovação do modelo de Certificado Sanitário Internacional (CSI) foi fruto de gestões feitas pelo Mapa junto à Saudi Food and Drug Authority (SFDA), com apoio do adido agrícola no país. “É mais um mercado aberto para o Brasil, que auxilia na diversificação da pauta de produtos e na ampliação da participação do país no agronegócio internacional”, afirmou na época o então Ministro Blairo Maggi.
Com exportações de US$ 128,10 milhões em 2017, o Brasil alcançou uma participação de 6,7% nesse segmento no mercado global apicultor. A expectativa, com a abertura comercial, é de uma exportação de US$ 4,43 milhões.