CAMPO GRANDE (MS),

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    18/03/2019

    Novo presidente do INSS diz que não há perspectiva de concursos para órgão

    Para Renato Vieira, trâmites do exame esbarram no novo Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes 


    O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Renato Vieira, admitiu que o órgão enfrenta uma crise por causa do baixo número de servidores, mas descartou que a realização de um concurso esteja entre as primeiras ações de sua administração. 

    Durante reunião com membros da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), ele disse que as negociações atuais esbarram no novo Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. 

    "Ele [Renato Vieira] reconheceu a necessidade do concurso INSS, mas foi enfático ao dizer que não existe perspectiva no momento", afirmou a entidade em um comunicado distribuído à imprensa. "As tratativas não prosperam no Ministério da Economia", continua o documento. 

    Para a Fenasps, o INSS pode entrar em colapso ainda neste ano, quando 55% dos servidores ficarão livres para entrar com pedido de aposentadoria -- o que tornaria o funcionamento do órgão praticamente inviável. Outra entidade ligada ao órgão, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais da Saúde (Sindsprev) afirmou que o déficit de pessoal faz com que certas demandas dos segurados já cheguem a até seis meses de espera. 

    O próprio INSS admitiu que a falta de servidores nas agências e nas análises de pedidos de benefícios faz com que pouco mais de 175 mil mulheres que tiveram filhos ou adotaram crianças no país estejam na fila de espera do seguro-maternidade. Em alguns casos, segundo o órgão, a demora também dura seis meses. 

    Enquanto as entidades sindicais falam em um déficit de 22 mil servidores, o INSS diz que o número é de 16,5 mil, que pode aumentar para 18 mil neste primeiro semestre caso todas as aposentadorias previstas se consolidem. 

    No final de 2018, o então presidente do INSS, Edison Garcia, revelou que existiam negociações com o governo federal para reter as aposentadorias previstas para 2019. Uma das medidas que ele tomou ainda em 2018 foi oferecer R$60 a mais no salário dos servidores para cada análise de benefício feita -- um "sistema de bônus", segundo o ex-presidente, que ainda poderia ajudar a diminuir as filas nas agências. "Temos um diagnóstico da dificuldade de pessoal e por isso criamos a meta", explicou à época. 

    O órgão aguarda desde a metade de 2018 pela resposta de um pedido de abertura de 7.888 vagas, sendo 3.984 para técnicos de nível médio, 1.692 para analistas de nível superior e 2.212 para peritos formados em Medicina. Os salários vão de R$ 5.186,79 a R$ 12.683,79. Considerando os excedentes chamados, seriam mais 2.050 vagas de técnicos e 530 de analistas. 



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