CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    08/03/2019

    Morre George Mendonsa, o marinheiro que entrou para a história por causa de um beijo

    Fotografado beijando uma mulher desconhecida na Times Square, Mendonsa faleceu três anos após a mulher da imagem 

    Pinterest
    Uma das fotografias mais famosas da história perdeu um dos seus protagonistas no final de fevereiro: o ex-marinheiro estadunidense George Mendonsa, clicado beijando uma desconhecida na Times Square, em Nova York, após o anúncio público da vitória do exército dos Estados Unidos sobre o Japão durante a Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945 -- o evento é conhecido no país como VJ Day. 

    Segundo a imprensa dos Estados Unidos, ele faleceu aos 95 anos em Middletown, em Rhode Island, em decorrência de uma crise dias depois de sofrer uma queda na casa de repouso onde vivia. 

    A mulher beijada era Greta Zimmer Friedman, que no momento da foto tinha 21 anos e trabalhava como assistente dentária. Ela morreu em 2016, aos 92 anos. 

    A fotografia foi feita por Alfred Eisenstadt como parte de uma reportagem que a prestigiada revista estadunidense Life estava produzindo sobre o fim da guerra. Quando voltou à redação, o fotógrafo não deu os nomes dos dois estranhos que se beijavam e, por isso, o país inteiro precisou esperar anos para conhecer os rostos do casal. 

    Em sua autobiografia, Eisenstadt conta que fotografou o beijo depois que notou que Mendonsa estava correndo na rua agarrando todas as mulheres com quem cruzava. Com o uniforme da Marinha, incluindo o chapéu e o sapato, ele era um dos mais excitados da praça no momento do anúncio. 

    "Eu estava na frente dele com a minha Leica no ombro. Nenhuma das fotos que eu tinha feito até então tinha me encantado", relatou. "Então, de repente, em um instante eu vi que alguém agarrava algo branco. Dei a volta e fiz o clique no momento em que o marinheiro beijava a enfermeira. Se ela estivesse usando um vestido escuro, não teria feito a foto", continuou. 

    Friedman disse anos depois que só descobriu a existência da imagem por volta dos anos 1960. "Não foi um grande beijo", reconheceu. "Era só alguém que estava comemorando. Não foi um ato romântico", contou. 

    Mendonsa tinha servido como marinheiro pelos Estados Unidos no Pacífico e estava de licença na época do anúncio. 

    No entanto, ainda que o gesto tenha ficado marcado por ser uma expressão de alegria de todo o país por causa da rendição japonesa, ele foi bastante criticado nos últimos anos. A revista Time, por exemplo, chegou a dizer que se tratou do "registro de uma agressão sexual pública". 



    Imprimir