Criminosos utilizam técnicas sofisticadas para obter dados financeiros de consumidores
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Entre janeiro e agosto deste ano, o Brasil registrou mais de 920 mil fraudes com o intuito de roubar dados financeiros de consumidores para clonar cartões de crédito. Os dados são de estudo elaborado pelo laboratório de cibersegurança da PSafe, empresa brasileira de cibersegurança. Isso significa 3,6 fraudes por minuto. Os dados começaram a ser coletados em 2017, por isso não há como comparar com anos anteriores.
Os criminosos se utilizam de diversos artifícios para conseguir os dados financeiros do consumidor final. As técnicas são elaboradas e envolvem desde se passar por autoridades para conseguir dados de identificação financeira e emitir um cartão de crédito falso até o uso de dispositivos e páginas fraudulentas para captar os dados bancários. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Emílio Simoni, diretor do laboratório da PSafe, disse acreditar em uma explosão de fraudes com cartão de crédito no Brasil. "E a ação de criminosos tende a se intensificar no fim do ano", completou o especialista.
Em um relatório de 2016 produzido pela ACI Worldwide, constava que o Brasil tinha, junto com os EUA, a maior incidência em fraudes com cartão de crédito, com 48% dos usuários sendo afetados por esses golpes virtuais. A liderança ficou com o México, com 51% dos consumidores atingidos. O assunto é grave e exige atenção das autoridades para prevenir e coibir ações fraudulentas.
Ainda de acordo com o jornal, recentemente, a Polícia Civil e o Ministério Público se juntaram em uma força tarefa para identificar os estelionatários, que não atuam só no Brasil como também no exterior. O grande problema é que grande parte das pessoas afetadas por esses golpes virtuais não faz denúncias à polícia. No ambiente mobile, já foram detectados mais de 6,7 milhões de golpes envolvendo bancos ou cartões de crédito, de acordo com o relatório do laboratório de cibersegurança da PSafe. Os meses com mais ataques foram junho e julho, com 343,5 mil e 388 mil, respectivamente. Março (10 mil ataques) e abril (6,5 mil ataques) foram os meses com os menores índices.
Não é possível identificar a motivação dos ataques. Apesar disso, segundo especialistas da PSafe, a maior incidência em junho e julho pode ter relação com o período de férias, com mais viagens e uso do cartão de crédito. Os dados variam conforme a sazonalidade e a “criatividade” dos cibercriminosos. O levantamento foi feito a partir da coleta de dados de mais de 20 milhões de pessoas com o aplicativo de segurança DFNDR.
Dicas de segurança
Não é possível reduzir a zero as chances de sofrer um ataque cibernético. Mas com algumas atitudes, é possível diminuir as possibilidades de que isso aconteça. Verifique a procedência do site por meio da avaliação de outros consumidores e desconfie de facilidades extremas oferecidas pelos vendedores, bem como ofertas altamente atrativas. Procure por e-commerces que forneçam endereço físico no site, CNPJ e telefone de atendimento ao consumidor.
Tenha sempre os softwares de antivírus atualizados e acesse páginas de compras apenas com o protocolo https, para garantir que seus dados trafeguem com criptografia e não possam ser interceptados. Para verificar o endereço da página, procure pela barra de endereço do navegador e perceba se consta o “https” na página na qual você terá que inserir seus dados de cartão.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também possui a plataforma consumidor.gov.br, com reclamações e avaliações dos clientes. Ela também faz a interlocução direta entre consumidores e empresas para solução de conflitos de consumo pela internet. De acordo com a secretaria, 80% das reclamações registradas no site são solucionadas, e o tempo de resposta médio das empresas é de sete dias.

