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    21/11/2018

    A cidade em que os motoristas passam quase um mês parados no trânsito

    Bucareste, na Romênia, é a terceira cidade mais congestionada do mundo e a primeira da Europa; estacionamento gratuito nas ruas é explicação 

    Bucharest, Romania - March 16, 2014 ©DIVULGAÇÃO 
    Bucareste, na Romênia, subiu dois lugares no ranking das cidades mais congestionadas do mundo elaborado pela empresa de monitoramento de trânsito TomTom: agora é a terceira metrópole mais parada do mundo e a primeira da Europa. A ferramenta da TomTom analisa o trânsito em 390 cidades diferentes do mundo. Em 2018, o Rio de Janeiro manteve-se no oitavo lugar, mesma posição do ano passado - é a pior da América do Sul. 

    De acordo com a TomTom, o tempo perdido no trânsito de Bucareste representa 218 horas por ano - ou 27 dias de trabalho. De acordo com a prefeitura da cidade, que cuida do licenciamento da frota, o número de carros aumentou 21% entre 2008 e 2014, chegando a 4,9 milhões de automóveis. 

    Bucareste tem o maior trânsito da Europa e é a quinta maior cidade entre as situadas no topo do ranking de problemas com trânsito de veículos. Em média, as pessoas na capital romena gastam um tempo adicional de 50% no trânsito do que a média mundial, mais do que Istambul ou Rio de Janeiro, por exemplo. 

    Mais do que isso, durante o horário de rush, o tempo extra gasto no trânsito de Bucareste é de cerca de 90% a mais, e nos picos - geralmente durante as manhãs -, esse tempo pode chegar a 98%. Na lista europeia, a capital romena é seguida por Moscou, onde os russos gastam 46% mais parados nas ruas e avenidas do que o normal. São Petersburgo, também na Rússia, está na terceira colocação, com 41% de tempo adicional. Londres, na Inglaterra, e Marseille, na França, completam as cinco primeiras. 

    Segundo a TomTom, um dos motivos para o trânsito caótico de Bucareste é que mesmo as vias secundárias ficam entupidas nos horários de rush, impedindo que sirvam como desafogo para as principais vias e avenidas. Muitos romenos usam seus veículos durante os períodos de pico para ir ao trabalho, levar as crianças à escola ou ir fazer compras, o que acaba por piorar a situação. 

    Os dados ainda indicam que o número de viagens feitas com carros representa cerca de metade do total de percursos feitos em distâncias maiores que um quilômetro, e que são em maior quantidade do que as feitas com transporte público. Para a TomTom, a paixão da cidade pelos automóveis tem uma explicação: os estacionamentos gratuitos. 

    "De acordo com as preferências das pessoas que captamos em pesquisas, a introdução de uma taxa de estacionamento nas ruas poderia reduzir o uso dos carros em 56% em comparação com o atual fluxo de veículos", disse a empresa em um relatório. 

    Outra razão percebida é que o transporte público não satisfaz as necessidades de acessibilidade, já que um viajante precisa fazer ao menos uma baldeação entre um sistema e outro - de ônibus para o VLT ou do VLT para o trem. O total de viagens feitas em Bucareste e na vizinha Ilfov representa mais de 6 milhões de percursos por dia. 

    "A média de viagens em Bucareste e região é de 2,7 por pessoa, e apenas 1,8 viagem por dia quando ela não envolve caminhar. O número é baixo quando comparado com outras cidades europeias", diz a TomTom. Em Amsterdã, na Holanda, por exemplo, a média é de 3,1 locomoções a pé, enquanto em Paris chega a 4,2. Mais de 80% das viagens em Bucareste não excedem os 10 km de distância, já que a média de percurso é de 6,8 km. 



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