Bernal, que teve 46 mil votos, fica como 2º suplente se candidatura for validada
Em Mato Grosso do Sul, 13 candidatos aguardam julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com relação aos seus registros, os quais foram indeferidos durante a campanha. Oito desses postulantes disputaram para deputado federal e cinco para estadual.
Os políticos recorreram para poder concorrer nas eleições com nome, foto e número na urna eletrônica.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE/MS), 58.160 votos para deputados federais foram destinados para esses candidatos sub judice e 28.924 para deputados estaduais.
Os votos deles foram computados, mas não aparecem nos resultados oficiais até que todos os recursos sejam julgados. Se o candidato conseguir reverter a decisão, seus votos serão divulgados. A diplomação do político em caso de vitória também depende do deferimento de seu registro.
Se o candidato reverter a situação, os votos serão validados e pode mudar o cenário da política em Mato Grosso do Sul, pelo menos na Câmara dos Deputados.
Um dos candidatos sub judice é o ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP). Ele disputou para deputado federal. Quando registrou sua candidatura, a coligação Amor Trabalho e Fé, formada pelo MDB e mais sete partidos, pediu a impugnação no TRE, alegando que Bernal estaria inelegível por ter tido o mandato de prefeito cassado em março de 2014, pela prática de infrações político-administrativas, e, em razão disso, não poderia disputar as eleições pelo período de oito anos.
A defesa de Bernal recorreu do pedido de impugnação e a Procuradoria Regional Eleitoral do Ministério Público Estadual (MPE) manifestou-se a favor do deferimento da candidatura do ex-prefeito.
Em julgamento no dia 5 de setembro, os desembargadores do TRE, por unanimidade, julgaram improcedente o pedido de impugnação, mas a coligação novamente entrou com recurso ordinário com relação à decisão.
Desde o dia 12 de setembro não houve mais movimentação no processo. Em 7 de outubro, eleição de primeiro turno, Bernal recebeu 46.732 votos, sendo o nono candidato mais bem votado. Ele estava na coligação Avançar com Responsabilidade, do PSDB, que elegeu quatro deputados federais: Rose Modesto (PSDB), Fábio Trad (PSD), Beto Pereira (PSDB) e Tereza Cristina (DEM).
Segundo o advogado e ex-membro do TRE/MS Ary Raghiant Neto, mesmo que o ex-prefeito consiga reverter a situação no TSE, os votos dele vão para a coligação.
“A coligação elegeu quatro deputados. Ele pode ficar como segundo suplente, já que o deputado Geraldo Rezende ficará como primeiro suplente”.
Rezende recebeu 61.675 votos, mas não conseguiu ser reeleito por causa do quociente eleitoral. No quadro atual, quem está como segundo suplente é Elizeu Dionízio (PSDB), que teve 37.073 votos. Além de Bernal, outros candidatos a deputados federais que estão sub judice são: Dr Eder Brambilla (MDB); dr. Becker (PSC); Dirce Arce (PCO) e Marcelo Nassif (MDB).
Já os candidatos a deputados estaduais que tiveram as candidaturas indeferidas com recurso são: João Grandão (PT); Celso Vargas (SD); Rola (PMN); Nathália Quintana (PP); Professora Jane (PDT); Emerson Gomes (PRB); Edson Silva (PSB); e Maria (PCO).
No caso do deputado estadual João Grandão (PT), a candidatura dele teve pedido de impugnação por parte do MPE, por meio do procurador regional eleitoral, alegando que o parlamentar foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e formação de quadrilha. Por isso ele não se enquadra na Lei da Ficha Limpa.
A defesa conseguiu no TSE liminar para continuar a campanha, usar recursos dos fundos partidário e eleitoral e, inclusive, utilizar o horário eleitoral gratuito.
Fonte: CE
Por: RENATA VOLPE HADDAD
Por: RENATA VOLPE HADDAD