CAMPO GRANDE (MS),

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    16/10/2018

    Briga interna: “senadora do Bolsonaro” quer 1º suplente inelegível

    Protagonistas da disputa internas do PSL, Soraya, Rodolfo e Danny têm perfil patrimonial bem diferente

    Partido do Bolsonaro, PSL tem disputa interna em Mato Grosso do Sul ©Henrique Kawaminami
    A senadora eleita Soraya Thronicke (PSL), que já denunciou o primeiro suplente Rodolfo Oliveira Nogueira (PSL) por ameaça - com direito a uso de colete à prova de balas na campanha-, agora pede à Justiça Eleitoral que ele fique inelegível.

    A ação de investigação judicial eleitoral é datada de 6 de outubro, véspera do primeiro turno, e também é assinada pelo segundo suplente Danny Fabrício Cabral Gomes, sócio de Soraya no escritório Cabral Gomes e Tronicke Associados. Pela regra, se o primeiro suplente ficar inelegível, o segundo ocupa o posto. Ou seja, Danny Fabrício se tornaria primeiro suplente.

    No último dia 9, o desembargador Sérgio Fernandes Martins, relator da ação em substituição legal, indeferiu liminar para produção de provas e determinou prazo para ampla defesa, juntada de documentos e rol de testemunhas.

    A briga interna no PSL, presidido em Mato Grosso do Sul por Rodolfo Nogueira, começou no mês passado. Reclamações da então candidata ao Senado sobre a postura de seu partido em relação à sua campanha e do presidenciável Jair Bolsonaro se converteram em denúncia à Polícia Civil, com registro de ocorrência por ameaça. Denúncia sobre o episódio também foi encaminhada à direção nacional do PSL, cobrando providências contra o dirigente estadual do Partido Social Liberal.

    No dia 6 de outubro, Soraya e Danny formalizaram o processo na Justiça Eleitoral. Conforme a ação, após a aprovação do nome das partes na convenção partidária estadual, fatos gravíssimos ocorreram para prejuízo da campanha eleitoral deles e de Jair Bolsonaro no Estado, que culminaram com a ameaça de Rodolfo contra a integridade física da candidata em três oportunidades no dia primeiro de setembro.

    Eles também alegam que Dorival Betini, então candidato a senador pelo Partido da Mulher Brasileira, ou alguém a seu mando, teria impresso na Gráfica Exata, adesivos vinculando seu nome e número ao de Jair Bolsonaro, sem reação do presidente regional do PSL.

    Outra situação denunciada é de que santinhos de candidatos do PSL a deputado estadual trazia os demais campos em branco ou seja sem divulgar o númeno da candidata ao Senado e de Bolsonaro. Já outros santinhos de candidato do PSL estampavam os números de Nelson Trad Filho (PTB) e Marcelo Miglioli (PSDB), adversários de Soraya na corrida pelo Senado.

    Na ação, Soraya e Danny pedem os recibos de pagamento das gráficas responsáveis pela confecção de todo o material gráfico indicado no processo e confeccionado pela coligação com os nomes de candidatos ao Senado de outros partidos.

    Eles também pedem à Justiça Eleitoral que seja reconhecido o abuso de poder político e econômico, condenando Rodolfo ao pagamento de multa e declaração de sua inelegibilidade, além da cassação do eventual registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado.

    Juntos, mas divididos

    Protagonistas das disputas internas do PSL, Soraya, Rodolfo e Danny têm perfil patrimonial bem diferentes. Surpresa nas eleições Soraya, que se apresentou como a senadora do Bolsonaro, deixou para trás nomes conhecidos como o senador Wademir Moka (MDB) e Zeca do PT, deputado federal e ex-governador.

    À Justiça Eleitoral, a candidata eleita declarou patrimônio de R$ 10 mil em espécie. Já os suplentes são mais ricos: o pecuarista Rodolfo informou ao TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral) patrimônio de R$ 3,4 milhões; enquanto o advogado Danny Fabrício declarou R$ 25,5 milhões. O site Campo Grande News não conseguiu contato com a senadora eleita nem com primeiro e segundo suplentes.

    Fonte: campograndenews
    por: Aline dos Santos


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