CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    22/07/2018

    Defesa deve entrar ainda hoje com habeas corpus de Puccinelli e outros dois

    André, o filho e um advogado estão presos desde sexta-feira

    Advogado foi visitar os clientes no Complexo Penitenciário ©Bruno Henrique
    A defesa do ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccineli (MDB), do filho dele, André Puccinelli Júnior, e do advogado João Paulo Calves, deve entrar ainda neste domingo (22) com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF-3). Mandados de prisão preventiva foram cumpridos na sexta-feira (20), após representação do Ministério Público Federal, por suspeita de que esquemas de lavagem de dinheiro continuam em operação, mesmo após prisões de outros envolvidos na operação Lama Asfáltica.

    O trio passou o fim de semana no Complexo Penitenciário, localizado no Jardim Noroeste, em Campo Grande. Segundo o advogado de defesa de Calves, André Borges, seu cliente está no presídio Militar de Trânsito e os demais estão no Centro de Triagem. 

    Na tarde de hoje, Borges foi até os locais visitar os clientes e disse ao Correio do Estado que ele e advogado de André e do filho, Renê Siufi, irão pedir a liberdade com os recursos de revogação da prisão, com o juiz federal em Campo Grande, e com habeas corpus em São Paulo, no TRF-3.

    "Distribuímos hoje no sistema eletrônico do TRF um habeas corpus, mas só vai ser procedida a distribuição amanhã cedo. A decisão vamos fazer para que saia amanhã. Resumidamente, estamos confiantes com um resultado justo do judiciário”, destacou. 

    A reportagem tentou contato com Renê Siufi, mas o advogado não retornou as ligações e não respondeu as mensagens encaminhadas.

    ANÁLISE DOCUMENTOS

    André Borges disse ao Correio do Estado que a defesa analisou as 131 páginas do documento que determinou a prisão e que, segundo ele se resumem a três fatos.

    “Um deles é uma operação realizada em uma quitinete, que é uma prova obtida de maneira totalmente ilegal, porque não tinha mandando nem autorização do locatário [André Puccinelli Júnior]”, disse Borges.

    Ainda segundo o advogados, os outros dois fatos seriam o pagamento de uma perícia, feito pelo Instituto Ícono, também de propriedade de Puccinelli Júnior, ao Instituto de Perícias, que o MPE alega que seria para outro investigado na operação. No entanto, Borges afirma que o pagamento foi uma prestação de serviço ao Instituto. “Nós temos contrato para provar isso”, afirmou.

    O terceiro fato que levou ao pedido de prisão é a contratação de uma advogada, feita por Calves que, na representação, MP afirma que foi utilizado dinheiro do instituto de forma ilegal. A defesa alega que, como ele é o único sócio do Instituto Ícone, tinha autorização para realizar a contratação.

    “Estamos entrando com esse pedido ainda hoje no Tribunal Regional Federal, pois as prisões são ilegais”, finalizou o advogado.

    Também compareceu ao Centro de Triagem para visitar os detidos o presidente do MDB jovem,Wellison Mucchiutti.

    “Viemos nos solidarizar pelo André, como já fizemos em vídeo e emitimos nota sobre os motivos da nossa indignação contra essa decisão. Uia decisão dessas às vésperas da convenção do partido, o que para nós é muito estranho”, disse ao Correio do Estado.

    PRISÕES

    As novas prisões foram motivadas pela suspeita de continuidade de esquema de lavagem de dinheiro. De acordo com a decisão, mesmo após a deflagração da operação Lama Asfáltica e prisão de diversos envolvidos, o esquema criminoso segue operante e a lavagem de dinheiro “se aperfeiçoou no benefício de seus integrantes”.

    Está já é a terceira vez que o ex-governador entra na mira da PF, no âmbito da Operação Lama Asfáltica. Em 2016, foi alvo de busca e apreensão e, em novembro do ano passado, ele e o filho foram presos na Operação Papiros de Lama, desdobramento da Lama Asfáltica, responsável por investigar organização criminosa envolvida com desvio de recursos públicos.

    Fonte: CE
    Por: GLAUCEA VACCARI, LUANA RODRIGUES E YARIMA MECCHI


    Imprimir