CAMPO GRANDE (MS),

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    04/07/2018

    ÁGUA CLARA| Presidente do Sindmad projeta mais competitividade para indústria moveleira com inauguração de fábrica de MDF

    ©Divulgação
    A inauguração da Greenplac - a 1ª indústria de chapas de madeira reconstituída de média densidade (MDF) do Grupo Asperbras no município de Água Clara (MS) e a 1ª de Mato Grosso do Sul - vai aumentar a competitividade das indústrias moveleiras do Estado. A projeção é do presidente do Sindmad/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Móveis em Geral, Marcenarias, Carpintarias, Serrarias, Tanoarias, Madeiras Compensadas e Laminadas, Aglomerados e Chapas de Fibras de Madeiras, de Cortinados e Estofados de Mato Grosso do Sul), Juarez Falcão.
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    “Uma fábrica de MDF era o que faltava para as indústrias moveleiras do Estado porque não tínhamos matéria prima para a nossa produção. Agora, com essa fábrica do Grupo Asperbras em Água Clara, teremos matéria prima em abundância, o que refletirá no aumento da nossa produção, pois teremos um produto com preços mais competitivos em relação aos de outros Estados, e, consequentemente, vamos gerar novos empregos”, analisou Juarez Falcão.

    Atualmente, de acordo com levantamento do Radar Industrial da Fiems, a indústria moveleira de Mato Grosso do Sul tem valor bruto da produção de R$ 216,3 milhões, o que representa 0,6% do valor bruto do setor industrial no Estado. Ao todo, são 372 empresas, que juntas empregam 2.702 trabalhadores e pagam salário médio de R$ 1.488,00, representando um montante de R$ 48,2 milhões. Em Água Clara, a indústria moveleira emprega atualmente 238 trabalhadores, representando 9% do emprego do segmento no Estado e o município tem 28 estabelecimentos, em sua maioria na atividade de desdobramento de madeira.

    Com a entrada em operação da Greenplac, com geração de 290 empregos diretos e 700 indiretos, o número de trabalhadores do segmento no munícipio vai mais do que dobrar. “Além disso, o município passará da 4ª para a 2ª posição no ranking do número de trabalhadores do segmento madeira e mobiliário, ficando atrás apenas de Campo Grande, que emprega 873 trabalhadores”, contabilizou o presidente do Sindmad/MS.

    A fábrica

    O presidente do Grupo Asperbras, José Roberto Colnaghi, destaca que o empreendimento recebeu um aporte de R$ 600 milhões na sua edificação e mais R$ 75 milhões no plantio de 12 mil hectares de eucalipto próprios, tratando-se do maior investimento já realizado pelo Grupo em seus 50 anos de atuação no Brasil, na Europa e na África. “Em uma área de 510 mil m², temos duas linhas de produção, uma de material cru, que pode ser vendido para ser industrializado na própria fábrica, e outra de material revestido, que se trata de uma linha paralela que pode fabricar de 250 mil a 300 mil ³ por ano”, informou, completando que a empresa já prevê inclusive a expansão de sua capacidade de produção para 460 mil m³ por ano em uma segunda etapa.

    A capacidade de produção da fábrica será destinada ao mercado interno, sobretudo para a indústria moveleira, uma das principais consumidoras de chapas de MDF. “Em virtude de o grupo já plantar eucalipto para oferecer às indústrias de celulose instaladas no Estado, resolvemos investir na construção de uma fábrica de MDF. Agora vamos atuar nesse segmento, sendo os fornecedores das indústrias moveleiras locais”, declarou, elogiando a parceria com o Senai na capacitação da mão de obra local. “O nosso obstáculo foi investir nesse segmento novo, mas, sempre nos pautamos com o pé no chão”, concluiu.

    O gerente do Senai de Três Lagoas, Antônio Carlos de Campos Faria, acrescenta que o Grupo Asperbras investiu intensivamente na formação dos seus profissionais por meio de cursos preparatórios em parceria com a Instituição na área de automação, instrumentação, manutenção mecânica básica e operação de empilhadeiras e de máquinas. “A inauguração vem coroar um momento da indústria da região. Essa grande empresa, que recebeu a nossa contribuição na formação inicial dos colaboradores que vão dar o start na fábrica, vai ser muito importante para a região. Uma indústria desse porte e com essa tecnologia só faz crescer o setor no Estado”, afirmou.

    Repercussão

    Para o governador Reinaldo Azambuja, a inauguração dessa fábrica de MDF em Água Clara representa a diversificação da economia sul-mato-grossense. “Hoje nós temos matéria prima, o que faz o MDF é o eucalipto, mas nós temos um produto industrial que vai agregar valor nessa matéria prima e gerar oportunidades. Só nessa primeira linha são 290 empregos diretos e 700 indiretos. E virão as outras linhas, porque o ideal dessa empresa é diversificar. O nosso grande trabalho é fortalecer a logística para a gente gerar as oportunidades”, afirmou.

    Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, acrescenta que o primeiro ponto a ser destacado é a questão do emprego. “Principais empregadores nesse município são as fábricas de celulose da Eldorado e da Fibria, que aqui só tem operação rural, não tem industrial. Agora passa a ser a Asperbras a principal empregadora. Fizemos também alguns investimentos de acesso para trazer para cá melhoria das estradas vicinais para que os eucaliptos cheguem até a fábrica. O impacto é o valor adicionado no município, que terá mais ICMS, mas o grande estímulo é na movimentação econômica que teremos aqui com a geração de novos empregos. O foco que nós queremos é esse valor adicionado e tecnologia. Gerar emprego e produto final de qualidade. A ideia é trazer outras empresas de móveis para Mato Grosso do Sul”, revelou.

    Na avaliação do prefeito de Água Clara, Edvaldo Alves de Queiroz, a inauguração da fábrica de MDF é um dia muito especial para a cidade. “Os jornais noticiam o tempo todo sobre a crise que vivemos com o fechamento de empresas e Água Clara vem no caminho inverso, com a instalação de uma das maiores empresas do Brasil, que vai gerar emprego para a nossa população e mais desenvolvimento para o nosso município. Quem sabe, com isso, não criamos aqui um polo moveleiro, atraindo novas indústrias para a região”, desejou.

    ASSECOM


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