CAMPO GRANDE (MS),

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    11/06/2018

    Estudos garantem fruticultura sustentável no Pantanal, defende Takimoto

    ©Divulgação
    Sem ameaçar o ecossistema e criando opção sólida de retorno, a fruticultura é uma atividade que pode ser incentivada em escala comercial na região pantaneira. Com esta certeza, obtida em minuciosa pesquisas de pareceres especializados, o deputado estadual George Takimoto (MDB) propõe que a ideia seja estudada e implementada em Mato Grosso do Sul.

    Sobre a otimização do uso econômico-social do solo, o parlamentar chama a atenção para o caso do Vale do São Francisco, hoje um polo fruticultor brasileiro: "Com todo o rigor de um clima tropical, lá tem sido possível adaptar, produzir e exportar até mesmo frutas de zonas temperadas, como a uva, a maçã e a pera. Semelhante processo pode ocorrer no Pantanal", advoga Takimoto. Ele cita pesquisas científicas na região de Corumbá apontando a existência de solos comparáveis aos do Mediterrâneo com enorme potencial agricultável. 

    O deputado menciona uma observação do respeitado geígrafo Orlando Valverde, para quem "as potencialidades agrícolas destes solos são notáveis" e propícios à produção de uva de mesa, entre outros frutos. Takimoto comenta que há mais de dois séculos a matriz econômica do Pantanal é centrada na pecuária, e de forma sustentável. "Porém, são notórios os riscos da insustentabilidade, em virtude do ingresso dos monocultivos, como os da soja e do milho. Os desmatamentos abrem clareiras na região, embora ela já seja considerada a última fronteira agrícola do Estado", salientou.

    VALORES AGREGADOS - Ao reforçar a ideia, Takimoto pontua que as lavouras de frutas ocupam pouco espaço e, além disso, possibilitam altos rendimentos, sem alterar a tradição da pecuária, agregando ainda o incremento da biodiversidade ao ecossistema e a diversificação das fontes de renda n economia pantaneira. 

    No Brasil e no restante do mundo - continua Takimoto - a fruticultura consolidou-se como atividade agrícola em plena expansão. "Há demanda crescente por frutas no mercado interno e, com a globalização, também no mercado mundial", enfatiza. "É uma consequência direta do aumento de adeptos por frutas, que, até por orientação nutricional, optam por melhores fontes de energia e saúde, por serem alimentos ricos em vitaminas, em minerais, com elevado valor nutritivo, além do paladar".

    O deputado destaca que o Pantanal, por ocupar a região mais central e com o mais baixo relevo da América do Sul, tornou-se o catalizador da maior parte dos biomas tropicais sul-americanos. "Nestas circunstâncias, além de abrigar naturalmente uma variedade de frutas tropicais, como caju, pequi, guavira, pitanga, araticum (marolo), cumbaru, tamarindo, jenipapo e tarumã, pela variedade de ambientes naturais que possui, o bioma pantaneiro abre amplas possibilidades ao cultivo de frutíferas oriundas de outras regiões, entre as quais a manga, abacate, abacaxi, acerola, banana, goiaba, jaca, seriguela, mangaba, caqui, melão, mamão, coco-da-Bahia, maracujá e jabuticaba, além de cítricos em geral.

    A sugestão de George Takimoto, formalizada em indicação regimental na Assembleia Legislativa , foi submetida às secretarias estaduais de Governo e Gestão Estratégica e de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar; ao Instituto de Meio Ambiente (Imasul); à Agência de Desenvolvimento Agrário e extensão Rural (Agraer); ao coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, senador Waldemir Moka; à Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa Pantanal); e às ONGs Eologia e Ação (Ecoa), Homem Pantaneiro e SOS Pantanal.

    Por: Édson Moraes


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