Parlamentar criticou omissão da mais alta autoridade do Executivo Federal diante de uma mensagem que insinua temerosas interpretações
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Um dia após publicação no Twitter, os polêmicos comentários do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas sobre o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, continuam repercutindo em todo o País.
Nesta terça-feira (4) o deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) subiu à tribuna para criticar o teor de interpretação duvidosa do tuíte, em que o general adverte que o Exército Brasileiro se “mantém atento às suas missões institucionais”, e disse que tal manifestação não colabora com as prerrogativas do Presidente Michel Temer de pacificar o País, evitando tensões desnecessárias
No entanto, e justamente por este motivo, o principal alvo da fala do deputado foi o Palácio do Planalto. “O silêncio da mais alta autoridade do Executivo Federal é intrigante porque insinua múltiplas interpretações”, advertiu.
Em contrapartida, elogiou a postura do Comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, que afirmou em nota à imprensa que “os militares não devem impor sua vontade à Nação” e fez um chamado “ao cumprimento fiel da Constituição”.
O parlamentar ainda fez um apelo contra a discussão simplista que polariza as correntes pró e contra Lula e pediu a união de todos os congressistas em torno de um debate maior que envolve a legitimação do Estado de Direito, o que ele chamou de “cinturão em torno da democracia e dos valores republicanos”.
“Em face da grave ameaça que o radicalismo sectário representa a tudo o que construímos desde 1988, chegou o momento desta Casa mostrar que está à altura de sua história, equacionando eventuais impasses políticos e institucionais, contando apenas e tão somente com os recursos políticos previstos na Carta Magna, cuja base radica-se no direito e na democracia”.
Relembre – No tuíte publicado pelo General Villas Boas nesta terça-feira (3) ele diz, em nome do Exército Brasileiro, “compartilhar o anseio dos cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à constituição, paz social e Democracia”, e alega também que a instituição “se mantém atenta às suas missões institucionais”.
O comentário foi muito criticado em todo o País por deixar margens interpretativas à intervenção militar.
Fonte: ASSECOM
Por: Daniel Machado