A Bolsa brasileira caiu pelo 2º dia. A Bolsa brasileira teve queda de 0,50%, para 85.044 pontos
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O dólar teve o quinto dia seguido de alta em relação ao real e testou o patamar de R$ 3,50 nesta quarta-feira (25), ainda impactado pela projeção dos investidores com altas adicionais de juros nos Estados Unidos e por uma cautela com o cenário eleitoral no Brasil. A Bolsa brasileira caiu pelo 2º dia. A Bolsa brasileira teve queda de 0,50%, para 85.044 pontos.
O volume financeiro foi de R$ 11,2 bilhões, contra giro médio diário de R$ 10,4 bilhões.O dólar comercial subiu 0,46%, para R$ 3,486, maior nível desde 13 de junho de 2016. O dólar à vista, que fecha mais cedo, avançou 1,03%, para R$ 3,508. O dólar começou o dia pressionado e, na máxima, atingiu R$ 3,517.
A alta refletiu um novo aumento dos rendimentos dos títulos públicos americanos de dez anos, que superaram 3,03% ao ano. Essa elevação respondeu a uma maior demanda dos investidores pelo papel, com a expectativa de que o aumento dos preços das commodities vá gerar pressão inflacionária nos Estados Unidos, o que levaria o banco central americano a altas adicionais de juros no país.
"O investidor busca tranquilidade tanto do lado externo quanto do interno, mas não encontra refresco. A gente vê que, nesses últimos dados americanos, a inflação veio mais forte, o que gerou dúvidas sobre os três aumentos esperados de juros nos EUA neste ano. O mercado já fala em até cinco", afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "Se a inflação subir, o banco central americano vai ter que utilizar a ferramenta para conter um pouco o aumento de preços. Há muitas incertezas pela frente, o que leva o investidor a procurar proteção."
Essa proteção se dá pela compra de contratos futuros de dólar, como uma forma de travar uma cotação da moeda americana em meio a um cenário em que uma maior desvalorização do real possa comprometer o ganho desse investidor. "Quem investiu está protegendo o capital, quem está na Bolsa protege as ações, e ainda há quem esteja desmontando a operação e repatriando dinheiro para os Estados Unidos, para aplicar em títulos do governo", diz Galhardo.
"É o único título que nunca deixará de ser pago. O investidor procura uma tranquilidade, mesmo em detrimento de um retorno maior, para não ficar nessa gangorra que a gente está." Nessa equação entra a questão política, com a falta de uma clareza sobre a política econômica dos pré-candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto.
Nesta quarta, também pesou a incerteza envolvendo a possibilidade de o STF (Supremo Tribunal Federal) retirar do juiz Sergio Moro as ações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva."Se o Lula volta, ele continua com 30% de intenção de voto. Pode lançá-lo a presidente do país, o que dá mais um dos motivos para a valorização do dólar", diz Galhardo.
Fonte: NAOM - Com informações da Folhapress.

