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    21/04/2018

    ARTIGO| O crescimento de Ciro Gomes!

    Por: Victoria Ângelo Bacon*
    Com uma eventual saída de Joaquim Barbosa do pleito eleitoral devido à resistência dos governadores do PSB, Ciro Gomes vai ganhando mais espaço e corpo para ser o candidato de uma possível polarização com Alckimin ou Bolsonaro. 

    Ciro Gomes embora tenha rejeição considerável, também existe nele uma espécie de turbinada de último momento. Ciro tem uma bela história na política nacional. Fez parte dos quadros de primeira linha que implantou a moeda sucesso e referência> O Real. Sim, Ciro foi o Ministro de Estado da Economia (hoje Ministério da Fazenda) do governo Itamar Franco, após a saída de FHC para ser o então candidato da aliança com o PSDB à presidência da República. O trabalho contínuo de Ciro a frente da manutenção do início da moeda que causou tanta polêmica foi o resultado da vitória do tucanato não só na presidência como em vários estados do Brasil à época. 

    Joaquim Barbosa ao contrário de Ciro não tem referência alguma em fazer política. Sua passagem pelo STF foi marcada principalmente pelo então julgamento do Mensalão. Pediu arrego antes. Todos esperavam um ministro do STF mais empoderado e capaz de aguentar uma Corte Judicial tão política quanto o próprio Congresso e Barbosa declarou quando de sua saída que tinha feito o seu papel. Que papel exatamente? Ele não poderia ter feito mais? Se não aguentou o STF quiçá o Planalto e seus acordos palacianos. 

    Ciro se movimenta tanto na esquerda quanto na direita da política nacional. Seus discursos fortes e que atingem o alvo são os mesmos de uma direita sedenta de um processo de derrota da esquerda que dominou a política nacional por longo 13 anos assim semelhantes ao da esquerda que deseja o retorno de políticas sociais que o próprio Ciro implantou muito antes de Lula e o PT quando ele (Ciro) governou o então fadado estado do Ceará. 

    Quando foi governador do Ceará, Ciro promoveu políticas de reforma e estruturação que mudaram radicalmente a concepção de gestor naquele estado do nordeste. Espantou num primeiro momento, porém caiu no gosto da população a ponto de eleger seu próprio irmão seu sucessor anos mais tarde e vários prefeitos do Ceará durante anos. É sim uma possível cria do então tucano Tarso Jereissatti que foi governador do Ceará e promoveu Ciro à vida política. Ciro soube aproveitar e tirou da experiência do então início do PSDB seu primeiro partido que o projetou a ser o então poderosos Ministro da Economia de Itamar Franco em pleno nascimento do plano real. 

    Quanto a Joaquim Barbosa qual seu trunfo político? Nenhum. Assim como João Dória e tantos outros que mergulharam na carreira política (executivo) sem conhecimento prático do status quo da cousa, Barbosa se confunde um discurso de moralidade e justiça onde ele mesmo pediu arrego quando percebeu que o STF era uma casa estranha com acordos também políticos. Se lá no STF foi difícil, imagina negociar com essa nova configuração que vai surgir em outubro no Congresso Nacional? 

    Acredito enquanto leitora assídua de política e da política que Ciro tende a ser o corpo mais engajado pela população a se tornar o candidato de “facto”, o ungido ao segundo turno. Seja com Bolsonaro ou com Alckimin. Anotem ai, caros leitores meus! 

    *Secretária Executiva e Jornalista. 
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