CAMPO GRANDE (MS),

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    06/01/2018

    Presidente do PEN se diz aliviado com saída de Bolsonaro

    Adilson Barroso afirmou que o relacionamento dele com o deputado teria sido "envenenado" pelo advogado e assessor do deputado Gustavo Bebianno

    © Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
    O presidente do PEN-Patriota, Adilson Barroso, se disse "aliviado" com a desistência de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de ser o candidato por sua legenda. "Fiz das tripas o coração para tê-lo com a gente, mudei o nome do partido, mexi no nosso estatuto, dei mais de 20 diretórios para o grupo dele. Mas você não pode ser convidado para entrar em uma casa e depois querer tomar ela inteira para você, expulsando seus moradores originais", disse o dirigente.

    Barroso afirmou que o relacionamento dele com Bolsonaro teria sido "envenenado" pelo advogado e assessor do deputado Gustavo Bebianno - que, segundo Barroso, queria tomar o "partido inteiro para o grupo de Bolsonaro".

    O rompimento já havia se insinuado quando deputados da legenda se rebelaram contra o que chamavam de "fome" do grupo bolsonarista. Os deputados Walney Rocha (RJ) e Junior Marreca (MA) se posicionaram contra as mudanças no estatuto da legenda - principalmente aquela que impede alianças com partidos de esquerda (Marreca, por exemplo, é aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino, que é do PCdoB).

    Bem ao estilo Barroso, o presidente do PEN-Patriota já avisou que, sem Bolsonaro, pretende focar em convencer o ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa a sair candidato por seu partido.

    Dono

    O cientista político Vitor Oliveir, do Pulso Público, afirmou que "a questão de Bolsonaro tem a ver com a forma de operação dos partidos políticos no Brasil". Para ele, o fato de os partidos terem "donos" cria dificuldades para Bolsonaro se impor como dono de uma legenda que não é dele.

    Já para o também cientista político Rogério Battistini, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, "Bolsonaro não está sabendo fazer o jogo político e criando dificuldades para sua própria candidatura".

    Battistini afirmou ainda que a vontade de ter controle absoluto sobre uma legenda só "pode minar os sonhos eleitorais de Bolsonaro". 

    Fonte: NAOM - As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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