CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    07/06/2017

    Perguntas a Temer indicam novas frentes de apuração de Janot

    Nesta terça-feira (6), o ministro do STF Edson Fachin estendeu o prazo para as respostas até as 17h de sexta (9)

    © Agência Brasil
    As 82 perguntas enviadas pela Polícia Federal ao presidente Michel Temer mostram que uma das estratégias dos investigadores é tentar comprovar, pela palavra do próprio presidente, trechos da gravação da conversa com um dos donos da JBS, Joesley Batista, que está sendo colocada em dúvida pela defesa do peemedebista.Caso a gravação, que passa por perícia na PF, seja descartada como prova, os investigadores poderiam usar as declarações de Temer.

    Nesta terça-feira (6), o ministro do STF Edson Fachin estendeu o prazo para as respostas até as 17h de sexta (9).

    A reportagem apurou que o presidente responderá parcialmente às perguntas e deve ignorar aquelas referentes ao áudio gravado pelo empresário, uma vez que o argumento central da defesa do presidente é de que o conteúdo foi "manipulado" e "fraudado".

    Temer também não deve se posicionar sobre questões de caráter pessoal e referentes a período anterior ao atual mandato, entre elas, em relação à última campanha presidencial e à sua opinião sobre episódios citados na delação premiada da JBS.

    Para assessores e auxiliares presidenciais, o teor das questões é uma tentativa de desgastar a imagem de Temer e mostraria que o processo deixou de ser jurídico para se transformar em político.

    NOVAS INFORMAÇÕES

    As perguntas da PF indicam que os investigadores podem ter informações que ainda não vieram a público. Uma delas sugere a existência de dados sobre a eventual relação de Temer com um preso pela Operação Lava Jato.

    A PF quer saber se Temer já realizou "algum negócio jurídico" com o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro ou com empresas controladas por ele. A PF também indagou se Funaro atuou na arrecadação para campanhas eleitorais de Temer ou do PMDB quando o presidente estava à frente da sigla.

    Funaro está preso em Brasília há quase um ano, em uma das fases da Lava Jato ligadas ao ex-deputado federal Eduardo Cunha. Ele é acusado de manter um esquema de arrecadação de propinas de empresários que buscavam obter empréstimos do fundo FI-FGTS.

    O corretor estaria interessado em fazer um acordo de delação em que poderá citar Temer. Seu advogado, Bruno Espiñeira, disse à reportagem nesta terça: "Sob a luz da Bíblia, Lúcio está convencido de que só a verdade o libertará".

    As perguntas da PF sobre Funaro se justificam pelas menções ao nome do corretor feitas por Joesley durante a conversa com Temer. Na delação, Joesley disse que havia contado a Temer as providências que tomava para controlar dois possíveis delatores, Funaro e Cunha, ao pagar R$ 400 mil por mês ao corretor.

    Há ainda perguntas sobre a relação do presidente com empresários do Porto de Santos (SP) e com outras pessoas próximas, como o coronel aposentado da Polícia Militar de SP João Baptista Lima Filho, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-deputado Rodrigo da Rocha Loures, que está preso e deverá depor à PF nesta quarta (7). (Folhapress)

    Fonte: NAOM
    Link original: https://www.noticiasaominuto.com.br/politica/398508/perguntas-a-temer-indicam-novas-frentes-de-apuracao-de-janot
    Imprimir