Ele diz que dobrou o recolhimento de impostos da empresa
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Na tarde desta terça-feira, o tucano disse novamente que é tudo mentira e atribuiu a uma retaliação da JBS, que, segundo ele, estaria incomodada com o aumento da carga tributária no governo atual. Reinaldo citou que, de R$ 40 milhões em 2014, o montante recolhido pela JBS teria aumentado para mais de R$ 140 milhões este ano. Ele falou dos números apenas de 2014, e de 2016, quando a empresa, segundo disse, recolheu R$ 73 milhões em impostos. Neste ano, prosseguiu, o volume teria mais que dobrado, ou seja,passado dos R$ 140 milhões.
De acordo com o governador, 31 unidades do grupo JBS tem incentivos fiscais no Estado, ou seja, redução da carga tributária, concedida como forma de garantir empregos e investimentos. “Nós mudamos a política de incentivos fiscais de Mato Grosso do Sul e a JBS dobrou os valores que recolheu ao Estado em 2017”, afirmou o governador, ao sustentar a ideia de uma retaliação com a delação premiada.
Aos procuradores do MPF (Ministério Público Federal), a JBS afirmou que o incentivo fiscal, nos três últimos governos, só era concedido no Estado mediante pagamento de propina. Para disfarçar o pagamento de valores irregulares, a empresa diz que eram emitidas notas frias, por pecuaristas e empresas, indicadas pelos governadores.
No caso de Reinaldo, o montante informado pela empresa passa dos R$ 38 milhões, com notas frias até do secretário de Fazenda, Márcio Monteiro, que é deputado federal licenciado e presidente do PSDB no Estado, e nega qualquer irregularidade.
Choro
Reinaldo falou nesta tarde sobre o assunto pela terceira vez. Havia se pronunciado por meio de nota, na sexta-feira, negando repasse irregular e dizendo que, na campanha, recebeu R$ 10,5 milhões oficialmente. No sábado, em Dourados, o governador classificou a delação da JBS como uma “piada”.
Nesta terça, acompanhado de todo o secretariado, da vice-governadora Rose Modesto, e da esposa, Fátima Azambuja, ele voltou a falar e demonstrou emoção. Primeiro quando falou que tem 20 anos de vida pública, iniciada em 1997.
A segunda vez, quando ele chegou a embargar a voz e fazer silêncio, foi quando comentou que tudo que tem de bens pessoais vem da família, começando pelo bisavô. Nesse momento, alguém da assessoria de imprensa chegou a oferecer um lenço, recusado pelo governador. O apoio também veio da esposa, que segurou a mão de Azambuja.
Produtor rural, ex-prefeito de Maracaju, ex-deputado estadual e ex-deputado federal, Azambuja venceu Delcídio do Amaral nas eleições de 2014. Tem um dos maiores patrimônios entre os governadores, estimado em R$ 38 milhões segundo a declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral.
Fonte: Midiamax
por: Marta Ferreira e Aliny Mary Dias