CAMPO GRANDE (MS),

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    09/03/2017

    Roger Abdelmassih será submetido a perícia para tentar deixar prisão

    Médico tenta o chamado indulto humanitário; problema de saúde é motivo. Ele, que tem 73 anos, foi condenado por ataques sexuais contra pacientes.

    Roger Abdelmassih alega doença grave e permanente em pedido para deixar a prisão (Foto: Divulgação/Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai)
    O detento Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por estuprar as pacientes, vai ser submetido a uma perícia médica determinada pela Justiça na manhã desta sexta-feira (10). O resultado desta avaliação deve amparar a decisão sobre o pedido dele para obter indulto humanitário - não há prazo para ser julgado. Ele está preso em Tremembé (SP) há mais de dois anos.

    Um médico indicado pela Vara de Execuções Criminais (VEC)vai à Penitenciária 2 durante a manhã para realizar a perícia. O exame custa R$ 10 mil, foi pago pelo réu e não tem prazo para o laudo ser concluído.

    O indulto humanitário pode ser concedido, com aval da Justiça, a quem tem doença grave e permanente, que apresenta grave limitação à atividade e exija cuidados contínuos que não possam ser prestados dentro do presídio.

    Abdelmassih, de 73 anos, tem problemas cardíacos desde 1984, mas precisa provar à Justiça que atende às condições para receber o benefício.

    A Secretaria da Administração Penitenciária foi questionada sobre a realização do exame, mas não comentou o assunto.

    Doença

    O preso foi internado no fim do ano passado em um hospital em São Paulo, por dois dias, após suspeita de entupimento das coronárias.

    Antes, segundo a defesa dele, em documentos apresentados à Justiça, em 2008 ele passou por uma cirurgia de emergência para colocar ponte de safena e teve o quadro agravado a partir de 2015.

    No ano passado ele passou por pelo menos quatro consultas médicas por causa do quadro clínico.

    Histórico

    Roger, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado a 278 anos de reclusão em novembro de 2010. Foram considerados 48 ataques a 37 vítimas entre 1995 e 2008. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder solto.

    O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.

    Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) cassou o registro profissional de médico de Abdelmassih.

    Após três anos foragido, quando chegou a ser considerado o criminoso mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no Paraguai pela Polícia Federal (PF), em 19 de agosto de 2014. Em outubro daquele ano, a pena dele foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias, por decisão judicial. Entretanto, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30 anos.


    Do G1 Vale do Paraíba e Região
    Por: Luara Leimig