CAMPO GRANDE (MS),

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    08/03/2017

    Para melhorar o Brasil, Pedro Chaves defende maior participação da mulher na política

    O senador Pedro Chaves (PSC/MS) ocupou nesta quarta-feira (8) a Tribuna do Senado, para defender maior participação da mulher na política, como forma de se construir um país melhor.

    Divulgação
    “Os vários séculos em que a mulher ficou fora da atividade política criaram barreiras culturais concretas, que precisam ser removidas. A presença sensível, porém determinada e combativa da mulher no processo de geração de riqueza e de decisão política é fundamental para o desenvolvimento de uma nação justa e igualitária”, afirmou Pedro Chaves, durante sessão especial do Senado em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

    Dados da Fundação Herbert Daniel, com base nas últimas eleições, indicam que para cada nove homens eleitos, apenas uma mulher se elegeu prefeita no primeiro turno das eleições de 2016. Nas 5.509 cidades brasileiras em que as eleições foram definidas no primeiro turno, apenas 637 são hoje comandadas por mulheres, o que representa apenas 11,6% do total. No Senado, a representação feminina é de pouco mais de 10% e na Câmara dos Deputados elas não chegam a 10%.

    “A cota partidária se mostrou uma boa iniciativa no sentido de equalizar a representação parlamentar das mulheres, mas, infelizmente, não foi suficiente e isso tem que ser revertido”, argumentou o senador . “A diminuição da representatividade feminina também aconteceu na eleição municipal de Mato Grosso do Sul. Em 2008, foram eleitas 9 prefeitas. Em 2012, tiveram sucesso na eleição para o executivo 8 mulheres. Já em 2016 o número de prefeitas eleitas em MS foi de apenas 7”, revelou.

    Protagonismo feminino - O parlamentar sul-mato-grossense destacou que o
    8 de março tem que continuar sendo um dia mobilização e luta das mulheres por igualdade de direitos que, por muito tempo, foram sistematicamente negligenciados.

    “Tenho muita admiração pelo legado de luta das mulheres que, na segunda metade do século XIX, lideraram ações políticas em defesa das suas mais justas reivindicações. Com destemor e ousadia , elas abriram um caminho novo que está permitindo avanços fundamentais. Vejo que as novas tecnologias e o acesso da mulher a educação formal se converteram em aliados importantes da luta por espaços que, até então , eram reservados aos homens”, observou .

    Pedro Chaves disse ser um entusiasta do protagonismo da mulher, que está rompendo as amarras criadas pela sociedade patriarcal.

    “Hoje em dia, podemos encontrar mulheres comandando grandes empresas de engenharia, informática, construção civil, aviação, mineradoras e nas Forças Armadas , entre outras atividades estratégicas do mundo globalizado. As mulheres também ocupam a maioria das vagas das universidades. Elas representam 55,1% dos alunos de todo o país e 58,8% dos universitários que concluem o Ensino Superior. Na pós-graduação, por exemplo, representam 53,5% dos mestres do país. Eu fui Reitor e vi com enorme satisfação as mulheres ocupando a maioria das vagas na graduação, mestrado e doutorado”, ressaltou.

    Barreiras 

     Mesmo com a evolução positiva, o senador não tem dúvida de que a mulher ainda precisa vencer muitas barreiras.

    “ No que se refere ao campo profissional e econômico, mesmo tendo superado o nível de escolaridade dos homens e trabalhando a mesma carga horária, as mulheres recebem salários menores. De acordo com dados do IBGE, em 2015, elas receberam, em média, 76% do salário dos homens.
    Outra mostra da desigualdade entre os gêneros no mercado de trabalho é a menor presença de mulheres em cargos de gerência ou direção. Em 2015, 6,2% dos homens ocupavam esses cargos entre o total de trabalhadores acima de 25 anos. Entre as mulheres, o percentual é de 4,7. Além de serem menos mulheres em cargos de chefia, elas também ganham menos, recebendo, em média, 68% dos salários dos homens. Essa injustiça tem que acabar”, defendeu.

    Violência 

    Em relação à luta por respeito e igualdade de direitos, Pedro Chaves ressaltou que “há de se investigar porque , mesmo com a Lei Maria da Penha, a violência contra as mulheres no Brasil aumentou nos últimos anos”.

    Segundo um levantamento recente realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas do Senado, uma em cada cinco mulheres considera já ter sofrido algum tipo de violência. Resultados similares foram encontrados em pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado em 2015: 18% das mulheres entrevistadas afirmaram já terem sido vítimas de algum tipo de violência doméstica, seja ela física, sexual, psicológica, moral ou patrimonial.
    De acordo com o Mapa da Violência 2015, a taxa de homicídios de mulheres no país entre os anos de 2006 e 2013, aumentou em 12,5%.

    Respeito 

    No final do discurso, o senador expressou seu respeito e admiração às mulheres , respeito que, segundo ele , aprendeu com a mãe, Joana, “mulher de fibra e de grande força espiritual, e que foram consolidados na convivência com minha querida esposa, Reni”, e recitou versos da poetisa goiana Cora Coralina :

    “Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou.
    Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, Recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos.
    Acreditar nos valores humanos e ser otimista.”


    Fonte: ASSECOM


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