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O Ministério Pentecostal Tabernáculo da Glória (MPTG), onde funciona há quase dez anos a Clínica da Alma, foi contemplado com uma das mais significativas contribuições para a sua sobrevivência: é a beneficiária de toda a arrecadação da promoção “Troco Solidário”, da Rede Comper de Supermercados, em Campo Grande.
A atitude empresarial emocionou o pastor Mílton César Montanheri Marques e os quase 200 homens e mulheres vítimas das drogas e do álcool assistidos sem custo algum e que encontram na clínica a chance de recuperação.
“Não há como mensurar o alcance desse gesto, não sabemos nem como agradecer, a não ser recomendando a Deus essa iniciativa”, disse o pastor. “A rede mercadista já era uma das mais ativas parceiras da obra. Recorremos com frequência à sua generosidade para abastecer a despensa da Clínica da Alma. Mas agora tivemos um socorro extremamente providencial, já que a nossa manutenção estava muito comprometida, não só nos alimentos, mas nas outras despesas básicas de custeio”, acrescentou.
BONS RESULTADOS – A obra do MPTG com a Clínica da Alma começou em 2007 e hoje está entre as mais resolutivas instituições comprometidas com o tratamento espiritual como meio de combate e libertação do vício em substâncias psicoativas. Formado em Direito e História e filho de Berto Luiz Curvo - um renomado profissional da advocacia, falecido em outubro de 2014 -, Mílton Marques teve sua adolescência e juventude marcadas pela dependência de drogas. Chegou a usar as mais pesadas, como os subprodutos da cocaína.
Depois de perder tudo que tinha em casa trocando por drogas, dormir nas ruas e até comer lixo, Mílton encontrou na palavra de Cristo uma esperança. “Agarrei aquela chance com todas as forças que me restavam. E aquilo que a grande maioria considerava impossível, aconteceu: eu me libertei das drogas. E a partir desse momento resolvi lutar para que outras pessoas com o mesmo problema descobrissem que há uma saída”, conta.
COMO COMEÇOU - A Clínica da Alma nasceu, porém, quase por acaso. Mílton vivia da advocacia e frequentava uma pequena igreja da Rua 14 de Julho, perto da antiga Estação Ferroviária, uma região por onde circulavam muitos andarilhos, moradores de rua e vários tipos de excluídos. Para eles, além das palavras de conforto e esperança, Mílton ofertava água, café e comida. Mas um dia resolveu dar abrigo a um dependente químico em precárias condições: sem família, sem ter o que comer e onde dormir. Além do abrigo, fez a tentativa de mostrar ao jovem que havia uma solução: Deus. Deu certo.
A partir daí a igreja começou a acolher as pessoas prisioneiras do vício e da desesperança. Cresceu tanto que Mílton Marques, já pastor, levantou a Clínica da Alma no MPTG. Hoje a igreja funciona em uma sede (Rua Joaquim Nabuco, 51, perto da antiga Rodoviária) e duas chácaras, imóveis alugados. No templo-sede e nas duas chácaras (uma para homens e outra para mulheres) são assistidos em tratamento espiritual cerca de 200 pessoas, gratuitamente. O único compromisso dos internos e familiares é participar aos domingos do Culto da Família, um dos pontos fundamentais para a restauração.
SOBREVIDA - Sem receber qualquer subvenção de poderes públicos e dependendo sempre de doações e dos dízimos e ofertas dos fiéis congregantes – basicamente pessoas de baixa renda -, o MPTG luta heroicamente para não fechar as portas. Alimentação, transporte, aluguéis, água e energia são desafios permanentes. Os próprios internos ajudam produzindo peças artesanais, vendendo balas na rua e promovendo almoços, além de recolher produtos alimentícios que sobram nos mercados. O tratamento contra a dependência química é essencialmente espiritual, mas o ministério presta assistência médica e fornece medicamentos quando há necessidade.
O Ministério Público e o Conselho Regional de Psicologia, alegando falta de condições adequadas, tentaram várias vezes interditar a instituição. Mas não conseguiram. Afinal - como “resposta de Deus”, segundo diz o pastor Mílton Marques -, os resultados dessa obra são muito determinantes para sua sobrevida. Verdade: pela Clínica da Alma já passaram milhares de pessoas que praticamente apodreciam jogadas nas ruas e na promiscuidade por causa das drogas. Muitos destes seres antes excluídos atualmente estão reintegrados ao convívio social e são indivíduos produtivos, repatriados pela família, retomando os estudos, trabalhando e até vivendo a vocação de ajudar na libertação de quem está escravizado pela dependência das drogas.
Fonte: ASSECOM
Por: Édson Moraes
Por: Édson Moraes