CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    22/03/2017

    Especialistas debatem eficácia do exame toxicológico

    Mato Grosso do Sul sedia 1º Fórum de discussões sobre o tema; participantes expõem importância da medida para reduzir o número de mortes nas estradas

    Cláudio Sodré, biomédico e diretor do Laboratório Sodré, na mesa do evento junto com Rafael Menck, Francisco Caronce do Denatran e Wagner Prado do Sindicato do Centro de Formação de Condutores
    A cidade de Campo Grande (MS) sediou, nessa quarta-feira, dia 22, o primeiro fórum de debates sobre a aplicação e eficácia do exame toxicológico, que é obrigatório para motoristas das categorias C, D e E. O evento reuniu especialistas da área que defendem o cumprimento e a ampliação da medida para diminuir a acidentalidade nas estradas brasileiras.

    Denominado 1º Fórum/MS Exame Toxicológico: Sua Aplicação e Eficácia, o evento, que aconteceu na sede do Sebrae, foi realizado pelo Laboratório Sodré em parceria com o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Mato Grosso do Sul. O fórum contou com a presença de cerca de 150 pessoas e uma mesa de debates formada por biomédicos, bioquímicos, toxicologistas e autoridades ligadas a órgãos federais e estaduais responsáveis pela aplicação e controle do exame.
    Francisco Garonce coordenador do Denatran
    O coordenador do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Francisco Garonce, falou dos esforços do órgão para reduzir o número de acidentes nas estradas. “Nosso objetivo é muito claro: salvar vidas. O exame toxicológico é uma das possibilidades que existem para fazer com que a mortalidade nas estradas diminua. Não temos usado nossa energia para questionar a lei. A nós, servidores públicos, cabe cumprir o que está previsto na legislação. Estamos fazendo isso da melhor forma, com o objetivo de reduzir a acidentalidade”, afirmou.

    O representante do Denatran também explanou sobre o trabalho feito pelo Ministério das Cidades na verificação da seriedade e qualificação técnica dos oito laboratórios habilitados para a realização do exame toxicológico. Ele ainda destacou a eficácia e confiabilidade do teste na identificação do uso de drogas.

    O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT/MS), Paulo Douglas de Moraes, falou da atuação do órgão para garantir o cumprimento da jornada de trabalho dos motoristas e para investigar as causas dos acidentes de trânsito.

    Ampliação do exame

    Neste mês de março, o exame toxicológico completou um ano de obrigatoriedade no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, a exigência do teste se deu a partir do mês de dezembro. Implantado pela lei federal 13.103/2015, o teste é obrigatório aos motoristas das categorias C, D e E nos processos de admissão, renovação ou mudança de categoria da carteira de habilitação.
    Rodolfo Rizzotto, do Instituto Brasileiro de Tecnologias de Trânsito Seguro ITTS
    Apesar de ter ficado conhecida como “lei do caminhoneiro”, a exigência do exame atinge um público bem mais amplo. Para o especialista em segurança viária, Rodolfo Rizzotto, coordenador do SOS Estradas e membro do Instituto de Tecnologias para o Trânsito Seguro (ITTS), é necessário olhar para todos os motoristas que diariamente transportam milhões de passageiros em ônibus e vans escolares, por exemplo. “Basta perguntarmos para o passageiro se ele prefere ser transportado por um motorista que fez o exame ou por um que não fez”, destacou Rizzotto.

    Ele ainda chamou a atenção para a “fuga” de motoristas para outras categorias. Quando o exame toxicológico passou a ser para as categorias C, D e E, muitos motoristas migraram para a categoria B. Baseando-se nessa realidade, ele debateu a possibilidade de exigir o toxicológico para motoristas comuns. Já existe um projeto de lei em tramitação na Câmara Federal, que, se aprovado, poderá obrigar todos os motoristas, profissionais ou não, a realizarem o teste.
    Rafael Menck, toxicologista do Laboratório Sodré 
    O biomédico e diretor executivo do Laboratório Sodré, Claudio Sodré, lançou um olhar sobre o aspecto social da obrigatoriedade do exame. “Muitos motoristas utilizam os estimulantes para suportar uma jornada excessiva de trabalho. O controle do uso de drogas visa modificar essa realidade, que interfere na vida familiar e social dos profissionais”, disse.

    O presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MS), Gerson Claro, também participou do Fórum e posicionou-se contra a lei que tornou o exame obrigatório. Ele fez sua explanação no início do evento, mas deixou os debates logo depois.

    O evento também contou com a presença de profissionais do Laboratório Sodré, que falaram sobre os aspectos técnicos do exame e esclareceram dúvidas.



    Fonte: ComTexto Comunicação Corporativa
    Por: Fernanda Stella Cavicchia / Cássia Fernandes


    Imprimir