Senador do PSDB-SP assume Ministério das Relações Exteriores no lugar de José Serra, e deputado do PMDB-PR, o Ministério da Justiça, na vaga deixada por Alexandre de Moraes.
Os novos ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (esq.), e da Justiça, Osmar Serraglio (dir.) (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado e Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados) |
O presidente Michel Temer deu posse nesta terça-feira (7) no Palácio do Planalto aos novos ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Aloysio Nunes assume o Itamaraty no lugar do também senador do PSDB José Serra, que estava no cargo desde maio do ano passado e pediu demissão há duas semanas. Aloysio ocupava o cargo de líder do governo no Senado, e a função passará a ser exercida por Romero Jucá (PMDB-RR).
No caso do Ministério da Justiça, Osmar Serraglio passa a comandar a pasta no lugar de Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer – e aprovado pelo Senado – para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).
Conheça os novos ministros
Aloysio Nunes
O novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB-SP) (Foto: Pedro França/Agência Senado) |
Nascido em 1945, Aloysio Nunes é advogado, formado pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em ciência política e economia política pela Universidade de Paris - conheça a trajetória do novo ministro.
Em biografia publicada no site oficial, o senador tucano diz que precisou sair do Brasil "por conta de ações contra a ditadura militar". O exílio, na França, foi de 1968 a 1979.
Em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, em 2014, o senador falou sobre o assalto a um trem pagador em 1968, quando integrava a Ação Libertadora Nacional (ALN). Ele foi responsável por dirigir um carro roubado usado na fuga. A ação foi parte de uma guerrilha que tentava derrubar o regime militar.
De volta ao Brasil, foi duas vezes deputado estadual em São Paulo, de 1983 a 1991, vice-governador do estado, entre 1991 e 1994, e deputado federal por três mandatos, entre 1995 e 2007. Em 2011, foi eleito senador.
Durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, foi ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República e ministro da Justiça.
Em 2014, já como senador, Aloysio Nunes concorreu a vice-presidente da República na chapa formada com Aécio Neves (PSDB-MG). Naquele ano, eles chegaram a disputar o segundo turno da eleição, mas perderam para a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer.
Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes terá de lidar com questões como as relações do Brasil com os Estados Unidos e as negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Em novembro do ano passado, quando ainda era senador, Aloysio Nunes afirmou que o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "é o que há de pior, de mais incontrolado, de mais exacerbado" entre os integrantes do Partido Republicano.
Osmar Serraglio
O novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR) (Foto: Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados) |
Nascido no Rio Grande do Sul, Osmar Serraglio elegeu-se deputado pelo estado do Paraná e está no quinto mandato parlamentar - conheça a trajetória do novo ministro. O peemedebista ficou conhecido nacionalmente em 2005, quando assumiu a relatoria da CPI dos Correios, que investigou o esquema do mensalão do PT.
O deputado do PMDB também ganhou projeção nacional no ano passado, quando presidiu a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Ao longo da carreira parlamentar, Osmar Serraglio também foi relator da PEC 215, que transfere do governo federal para o Congresso Nacional a responsabilidade sobre demarcação de terras indígenas. Ainda na Câmara, o deputado também foi relator de uma proposta que muda o modelo atual de indicação para ministros do STF.
À frente do Ministério da Justiça, Osmar Serraglio será responsável, por exemplo, pela condução do Plano Nacional de Segurança; pela Secretaria Nacional de Segurança; pelo Departamento Penitenciário Nacional; pela Força Nacional de Segurança; e pela política de demarcação de terras indígenas.
Nesta segunda (6), na véspera da posse, Serraglio afirmou em rápida entrevista à imprensa na Câmara dos Deputados que não vai "mexer em nada" ao ser questionado sobre se trocará o atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
Inicialmente, o presidente Michel Temer havia convidado para o Ministério da Justiça o ex-presidente do STF Carlos Velloso, mas o ministro aposentado recusou o convite alegando compromissos profissionais e éticos.
Por Luciana Amaral, G1, Brasília