CAMPO GRANDE (MS),

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    09/02/2017

    Justiça do RJ suspende de novo nomeação de Moreira Franco como ministro

    Advocacia-Geral da União informou que vai recorrer. Liminar (decisão provisória) de juíza do Rio foi expedida depois de o Tribunal Regional Federal ter derrubado outra liminar, de um juiz de Brasília.

    O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco (Foto: Agência Brasil)
    A Justiça Federal no Rio de Janeiro concedeu liminar (decisão provisória) nesta quinta-feira (9) suspendendo a nomeação de Moreira Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.

    A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que recorreu da decisão à presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Segundo a assessoria de Moreira Franco, ele não se pronunciará.


    A decisão da juíza Regina Coeli Formisano, da 6ª Vara Federal do Rio, foi tomada ao analisar ação popular movida pelo advogado José Agripino da Silva Oliveira.

    "Defiro o pedido de liminar vindicado, na forma da fundamentação supra, para determinar a sustação e ou anulação do ato do Sr. Wellington Moreira Franco ao cargo de Ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República", diz a decisão da juíza.

    Ela concordou com os argumentos do autor da ação de que a nomeação de Moreira Franco afronta os princípios da legalidade e da moralidade administrativa.

    O argumento é que Moreira Franco foi nomeado pelo presidente Michel Temer, após a homologação da delação premiada de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht, a fim de ganhar o chamado “foro privilegiado” – direito de ser investigado somente no Supremo Tribunal Federal (STF).

    Moreira Franco é citado nas delações, que estão sob segredo de Justiça, mas não há inquérito aberto para investigá-lo. Após tomar posse, na semana passada, o ministro disse que o objetivo da nomeação era "fortalecer" a Presidência. Temer afirmou que era uma "formalização" porque, segundo ele, Moreira já atuava como ministro.

    'Perdão' a Temer

    A magistrada do Rio se desculpou com o presidente Michel Temer por sua decisão. "Peço, humildemente perdão ao Presidente Temer pela insurgência, mas por pura lealdade às suas lições de Direito Constitucional. Perdoe-me por ser fiel aos seus ensinamentos ainda gravados na minha memória, mas também nos livros que editou e nos quais estudei. Não só aprendi com elas, mas, também acreditei nelas e essa é a verdadeira forma de aprendizado".

    Ainda de acordo com a decisão, a atitude de Temer foi similar à da presidente afastada Dilma Rouseff, quando nomeou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro da Casa Civil. A primeira decisão contra a nomeação de Moreira Franco, expedida por um juiz de Brasília, também citava a nomeação de Lula.

    "Por outro lado, também não se afigura coerente, que suas promessas ao assumir o mais alto posto da Republica sejam traídas, exatamente por quem as lançou no rol de esperança dos brasileiros, que hoje encontram-se indignados e perplexos ao ver o seu Presidente, adotar a mesma postura da ex-Presidente impedida e que pretendia também, blindar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva."


    Por G1 Rio