5.000 caminhões estariam presos em estrada sem asfalto. Alguns profissionais estão isolados há cerca de 12 dias. Maior movimento na BR 163 coincide com época de chuvas
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Lama impede passagem de caminhões na BR 163 - Divulgação |
Atoleiros na BR 163 impedem mais de 5.000 caminhões de seguirem viagem no caminho do Estado do Mato Grosso ao porto fluvial de Miritituba, no rio Tapajós (Pará). A maioria dos veículos está carregada de soja. As máquinas e seus motoristas estão presos em aproximadamente 80 quilômetros de estrada, na região do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará.
As informações são de Gilson Baitaca. Ele preside a União Nacional do Transporte Rodoviário e o Movimento dos Transportadores de Grãos. Afirma que alguns dos caminhoneiros estão presos em trechos da via há mais de 12 dias.
A BR 163 vai de Santa Catarina ao Pará. É uma importante rota de escoamento da produção de soja do Mato Grosso. Há trechos sem pavimentação, onde os veículos trafegam sobre o chão batido.
Durante a seca, é possível transitar pela região. O grande problema é que a colheita da soja coincide com a estação de chuvas. Molhada, a estrada de terra não suporta a quantidade de caminhões. O peso de cada veículo carregado às vezes passa de 70 toneladas. Formam-se atoleiros intransponíveis.
Devido à impossibilidade de transitar pela BR 163 até o porto fluvial, transportadores estão fazendo rotas mais longas. Os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e até Rio Grande (RS) têm sido as opções. Contando as viagens maiores e os dias parados, Baitaca afirma que o setor de transportes teve 1 prejuízo de R$ 50 milhões até agora.
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Atoleiros impedem passagem de caminhões - Divulgação |
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Motoristas aguardam melhora na condição da estrada - Divulgação |
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Escavadeira trabalha para possibilitar passagem de veículos - Divulgação |
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Soja é desperdiçada devido às condições da via - Reprodução |
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Motoristas saem de seus caminhões, que não podem continuar viagem - Divulgação |
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Veículos são enfileirados à beira da pista - Divulgação |
CONDIÇÕES DE VIDA
De acordo com Gilson Baitaca, os motoristas presos no local estão ficando sem comida. Também afirma que não há água potável. Os trabalhadores estariam usando a água acumulada sobre as lonas das carretas para beber e cozinhar. Não há banheiros.
Ainda segundo Baitaca, muitos dos caminhoneiros viajam com a mulher e os filhos –todos sujeitos às mesmas condições. Ele reclama da atuação do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no caso. “Não está dando a atenção necessária”.
O site Poder360 procurou o Dnit. Eis a manifestação do órgão:
– Para atender à situação nos pontos de retenção da BR-163/PA (trecho não pavimentado de aproximadamente 40 quilômetros localizado entre a comunidade de Santa Luzia e a Comunidade Bela Vista do Caracol), o Governo Federal desencadeará, ainda no Carnaval, ação para atendimento emergencial àqueles que se encontram parados nas filas, inclusive com distribuição de mantimentos, água e medicamentos.
– Às equipes do DNIT, que já se encontram mobilizadas no local, se somarão neste sábado (25/02) efetivos da Polícia Rodoviária Federal-PRF e do Exército. O objetivo é ordenar o trânsito a fim de que os equipamentos possam executar os serviços de manutenção a contento, permitindo a liberação do tráfego. Além do alto índice pluviométrico, as equipes de conservação não vêm podendo executar de forma plena seus trabalhos devido à ação dos caminhoneiros, que formam fila dupla e, antes mesmo da finalização dos serviços, avançam sobre os segmentos inconclusos, destruindo prematuramente os serviços realizados.
– Será criado um grupo local de monitoramento e operação do tráfego envolvendo o DNIT, PRF, transportadoras e os embarcadores para que as decisões sejam tomadas em conjunto, regulando a intensidade do tráfego e as atividades de manutenção a fim de garantir o fluxo contínuo na rota de escoamento da safra.
Fonte: Poder360
Link original: http://www.poder360.com.br/brasil/atoleiros-no-para-impedem-escoamento-de-soja-e-castigam-caminhoneiros/