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    16/12/2016

    Maior avião militar fabricado no país entra em fase final de testes em SP

    KC-390 concorrerá com o Hércules e terá impacto na balança comercial. Cargueiro de 87 toneladas pode alcançar 870 km/h e levar 80 soldados.

    Reprodução
    O maior avião militar fabricado no Brasil, o KC-390, está em fase final de testes em Gavião Peixoto (SP) e foi conferido de perto por uma equipe da EPTV, afiliada da TV Globo - a primeira a acompanhar um voo no gigante da Embraer.


    Foram sete anos de estudo em parceira com Argentina, Portugal e República Tcheca para desenvolver o protótipo. Quando ele chegar ao mercado, concorrerá com o Hércules C-130, fabricado nos Estados Unidos. A expectativa é de que poderá injetar até US$ 1,5 bilhão ao ano na economia nacional.

    KC-390 x Hércules C-130

    Como o modelo é para transporte de carga, tem que ter espaço livre e há poucos bancos de passageiros. O avião já tem mais de 400 horas de voo e, por causa dos testes, fios e outros equipamentos precisam estar expostos. Os computadores avaliam em tempo real o desempenho da aeronave.

    Na comparação com o concorrente, o KC-390 pode chegar a 870 km/h - o Hércules não passa de 590 km/h. Além de ser mais rápido, ele é também mais pesado. Tem 87 toneladas, 17 a mais do que o modelo usado atualmente pela Força Aérea Brasileira (FAB).

    Avião tem capacidade para transportar 26 toneladas de carga
     (Foto: Rodrigo Sargaço/ EPTV)
    A capacidade de transporte de carga chega a 26 toneladas, contra 19 do cargueiro Hércules. “A sensação é maravilhosa. Além da gente ficar orgulhoso de estar voando no avião mais pesado, maior, com maior capacidade já produzido no Brasil, a gente fica orgulhoso de ver como o avião é fácil, agradável, gostoso de voar, apesar desse tamanho”, disse o piloto de testes Márcio Brisola Jordão.

    O KC-390 só perde no quesito transporte de soldados. Pode levar 80 homens, 12 a menos do que o Hércules.

    Simulação

    No voo acompanhado pela EPTV, a equipe simulou um resgate e abriu parte do avião. O momento é o mais esperado do voo porque uma rampa é aberta para o paraquedista saltar e também para lançar cargas.

    “Além de busca e salvamento, reabastecimento em voo, pouso em pistas não preparadas ou semipreparadas, pouso na Antártica. É um avião fantástico, com uma gama variadíssima de missões”, elogiou Jordão.

    Potencial de vendas

    Faltam mais dois anos de testes para o avião ganhar certificação e ser vendido, mas a FAB já comprou 28 aeronaves, que devem ficar prontas em 2018.
    "Segundo a Embraer, existe uma carteira de pedidos, de solicitações, que pode chegar até 500 aeronaves. Isso significaria dizer que nós teríamos um impacto na nossa balança ao ano de mais de 1 bilhão, 1,5 bilhão de dólares só com a venda do KC-390" Raul Jungmann, ministro da Defesa
    “Segundo a Embraer, existe uma carteira de pedidos, de solicitações, que pode chegar a até 500 aeronaves", afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann.


    "Isso significaria dizer que nós teríamos um impacto na nossa balança, ao ano, de mais de US$ 1 bilhão, US$ 1,5 bilhão só com a venda do KC-390”, completou.

    “Vamos buscar uma fração importante desse mercado mundial que é bastante bem distribuído no mundo. Cerca de 80 países repartem essa demanda. É a marca brasileira para o mundo inteiro, com certeza”, disse o diretor do programa KC-390, Paulo Gastão.
    O maior avião militar fabricado no Brasil, o KC-390, em Gavião Peixoto (Foto: Rodrigo Sargaço/EPTV)


    Do G1 São Carlos e Araraquara