CAMPO GRANDE (MS),

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    24/12/2016

    Financeiro 'confortável' do governo é destaque econômico de MS

    Política de contenção e aposta no diálogo fizeram governo avançar. Campo Grande e iniciativa privada enfrentaram crise.

    Governador Reinaldo Azambuja atribui equilíbrio das contas às medidas de contenção e enxugamento da máquina adotados no início da gestão (Foto: Chico Ribeiro-Subcom)

    A situação financeira “confortável” do governo de Mato Grosso do Sul diante de um panorama de crise em vários estados do país e até mesmo na capital sul-mato-grossense, foi um dos grandes destaques na área econômica em 2016. 

    Adotando uma política de contenção de gastos e apostando no diálogo com o governo federal, conseguiu avançar em uma pauta de investimentos e ações. Desse modo, cumpriu todas as suas obrigações fiscais e administrativas do pacto federativo, como vinculações orçamentárias, convênios e amortização de dívida.

    Um dos principais desafios enfrentados pela gestão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) neste ano foi a negociação de reajuste salarial, que foi feita com cada categoria do funcionalismo, depois que uma proposta de pagamento de um simples abono foi rejeitada pela maioria.

    O esforço possibilitou que o 13º fosse pago em uma única parcela e antes da data estabelecida pela legislação. Para evitar a piora nas contas públicas, entretanto, o governo segue negociando com a União melhores condições para o pagamento da dívida estadual e os recursos arrecadados com o processo de regularização de bens mantidos por brasileiros no exterior, a chamada repatriação.

    Como contraponto, a situação do estado, está Campo Grande, a cidade enfrentou durante o ano uma série de dificuldades financeiras e o prefeito Alcides Bernal (PP) anunciou no início de dezembro que não tinha na época recursos para pagar o 13º do funcionalismo.

    Bernal até tentou utilizar recursos antecipados do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para fazer o pagamento, mas a medida foi vetada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS).

    Já na iniciativa privada, a economia de Mato Grosso do Sul também sofreu com a crise que atinge o país. A receita de Mato Grosso do Sul com as exportações no acumulado entre janeiro e novembro de 2016 foi a menor dos últimos quatro anos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

    Em Campo Grande, a inflação acumulada entre janeiro e novembro deste ano, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegou a 6,78%, a terceira maior entre as capitais pesquisadas pelo IBGE, e nos últimos 12 meses atingiu 7,76%.

    Exemplo do impacto destes índices para a população é que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que em novembro, por exemplo, o trabalhador campo-grandense que recebe um salário minimo comprometeu 52,59% de sua renda líquida para comprar a cesta básica individual.

    Apesar da situação da economia brasileira, Mato Grosso do Sul entre janeiro e outubro acumulou um saldo positivo na geração de empregos de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 7,9 mil vagas, estando segmentos como a construção civil e a agropecuária entre os principais gerados de postos de trabalho com carteira assinada.

    Já no fim do ano, levantamento do Instituto de Pesquisa Fecomércio-MS (IPF-MS) mostrou que o consumidor de Campo Grande, apesar de ainda cauteloso, estava mais predisposto a consumir em razão de uma maior confiança em sua situação no emprego e perspectiva de melhora profissional.



    Do G1 MS