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Francisco das C. Lima Filho* |
Chegamos ao final de mais um ano de lutas, derrotas, mas também de vitórias.
De fato, sob a perspectiva econômica, foi dos mais difíceis anos especialmente no campo político e econômico com o agravamento de uma crise que parece não ter fim.
A Presidente Dilma e o Deputado Eduardo Cunha foram cassados e mesmo assim a crise não foi superada. O desemprego aumenta a cada dia, muitas empresas fecham deixando milhares de trabalhadores sem emprego. Enquanto tudo isso acontece, alguns Deputados sem nenhum compromisso, se não com seus próprios interesses, legislam em causa própria esquecendo-se dos compromissos assumidos com seu eleitores e com o país.
Vários Estados e Municípios se encontram-se se não falidos, em estado pré-falimentar sem poder conseguem cumprir minimamente seus compromissos, atrasam salários de servidores, inclusive aposentados o que, infelizmente tem gerado manifestações e atos de vandalismo, de violência nas ruas, nas Assembleias e Câmara de Vereadores reivindicando o respeito a direitos.
Aprovou-se, em boa hora, uma Emenda Constitucional limitando os gastos públicos que pode constituir um valioso mecanismo de moralidade na gestão dos gastos públicos, mas que sozinha não tem o condão de resolver os graves problemas que enfrenta a nação, se não vier acompanhada de programas sociais e de investimentos no desenvolvimento econômico capaz de gerar trabalho e renda e de atualização da legislação laboral para adequá-la a um novo modelo de trabalho e produção e ainda uma revisão do sistema sindical para essa nova realidade.
Enquanto isso, a Operação Lava Jato cada dia surpreende e avança com novas revelações de escândalos e novos personagens envolvidos em atos de corrupção que nos envergonham e revoltam, e alguns desses personagens, por incrível pareça, continuam no poder e não raro usando praticamente dos mesmos métodos condenáveis pelos quais estão sendo investigados ou processados, embora outros tantos estejam presos.
Mas, e ao mesmo tempo, devemos reconhecer a fortaleza da democracia e das instituições brasileiras, especialmente aquelas responsável pelo sistema de Justiça que têm sabido prudentemente dá as respostas que a nação delas esperava, e isso é muito positivo, embora aqui e acolá equívocos tenham sido cometidos.
Enfim, chegamos ao final de ano emblemático que nos deixa muitas lições e que modificou nossas vidas e práticas que precisam ser tomadas como exemplo para que os equívocos cometidos não voltem se repetir.
É, pois, hora de pensar no Brasil deixando de lado divergências politoco-ideológicas e interesses pessoais. em nome do interesse maior da Nação brasileira.
Não podemos continuar a assistir espetáculos deprimentes e vergonhosos como aqueles protagonizados por alguns maus políticos e administradores públicos.
A nação não aguenta mais tantos atos indignos como aqueles que fomos obrigados a assistir no curso deste ano que termina.
Temos uma Constituição que precisa e deve ser seguida e respeitada, especialmente por aqueles que, enquanto servidores da sociedade, a juraram cumprir e fazer cumprir.
É isso que se espera daqueles que elegemos na doce esperança de que fossem tomar posse nos cargos para trabalhar em defesa da ordem, da democracia, da ética, enfim, do povo, e não para se apossarem desses mesmos cargos para satisfazer a interesses pessoais menores.
Vamos aguardar o novo ano que se avizinha com otimismo e esperança de que o Brasil voltará a trilhar o caminho da ética, do respeito e do progresso.
É isso que todos desejamos. É isso que merecemos.
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*Desembargador do TRT da 24a Região.