CAMPO GRANDE (MS),

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    03/10/2016

    Eleito em SP por 3 milhões de votos, Dória pode ter candidatura cassada

    Prefeito eleito é acusado de abuso de poder político e econômico

    Candidato João Dória (PSDB) foi acusado de receber favores do governo de São Paulo e recursos de governos tucanos - Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

    Duas ações judiciais podem cassar o registro de candidatura de João Dória (PSDB), eleito prefeito de São Paulo, capital, no primeiro turno das eleições, neste domingo (2). Tendo conquistado mais de 3 milhões de votos, o tucano é acusado de abuso de poder político e econômico.

    Na última segunda-feira (26) antes das eleições, o MPE-SP (Ministério Público de São Paulo) abriu uma ação contra o candidato, por suspeitar que Dória poderia estar sendo beneficiado pela máquina pública do governo do Estado, exercido pelo seu colega tucano Geraldo Alckmin.

    O uso da máquina pública em campanha é ilegal. As acusações se baseiam em duas recentes trocas de secretarias de São Paulo feitas por Alckmin, beneficiando políticos de partidos da base aliada de Dória.

    Nos últimos meses, o governador tucano elencou Romildo Campello (PV) para a secretaria estadual de Cultura, Ricardo Salles (PP) para a de Meio Ambiente e Laércio Benko (PHS) para Turismo, todos aliados de Dória.

    Para o promotor de Justiça José Carlos Bonilha, que conduz a investigação, as nomeações são um abuso de poder político e uma troca de favores. “Os secretários que foram nomeados pertencem a partidos políticos que compõem a coligação com o PSDB e que ofereceram maior tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão”.

    Ação de Haddad

    A segunda ação judicial contra o tucano eleito partiu de Fernando Haddad (PT), candidato que perdeu no primeiro turno as eleições de São Paulo. Ele protocolou a ação no sábado (1), alegando que Dória usou recursos pagos pelos governos do PSDB à sua empresa para disputar a campanha.

    Entre 2010 e 2016, as empresas de João Dória, que venceu as eleições com o discurso de ser empresário e não político, conseguiram mais de R$ 10,1 milhões por serviços de publicidade prestados aos Estados governados pelo PSDB, como São Paulo, Goiás, Paraná e Mato Grosso.

    O setor jurídico de Haddad acredita que há indícios sufidientes para que Dória seja impedido de chegar a Prefeitura, mas o processo ainda não foi julgado. A assessoria do tucano classificou a atitude do petista como “desespero eleitoral”, segundo o portal UOL.

    Ambos os casos aguardam julgamento, e necessitam ainda da conclusão das investigações judiciais eleitorais, com colhimento de provas. Os processos pode demorar anos para ser julgado.




    Fonte: Uol