Uma história contada através de imagens congeladas no tempo e na memória fronteiriça
Arquivo |
Olacyr Francisco de Moraes, segundo sua história dentro do empreendedorismo nacional e internacional, surgiu como produtor de soja após uma cheia do rio Mississipi, que prejudicou a produção dos Estados Unidos (EUA), no ano de 1973, levando o cultivo do grão para a região do cerrado de Mato Grosso do Sul, o que foi considerado um pioneirismo. Em sua fazenda Itamarati passou a financiar a pesquisa genética e ao desenvolvimento de diversos cultivos adaptados às condições peculiares do país.
“Eu nunca me preocupei com quanto eu tinha, quanto ganhava. Eu estava mais interessado em fazer, realizar.” Olacyr Francisco de Moraes
A Fazenda Itamarati ou (Itasul) como era conhecida na época, foi o maior centro produtor agrícola da região Centro Oeste e do Brasil, e por que não dizer das Américas, criado pelo empresário e empreendedor Olacyr Francisco de Moraes, pela sua grandeza em terras e com uma grande demanda de grãos foi necessário à construção de uma estação ferroviária de embarque e desembarque de passageiros e produtos algo magnifico que trouxe desenvolvimento e geração de emprego e renda para região fronteiriça.
Chegou a ter mais de 40 empresas atuando em diversos ramos, como construção civil, transporte, mineração, agronegócio, pecuário, geração de energia, financeiro, implementos agrícolas, armazenamento e estocagem de alimentos, ferroviário, entre outros. Nesta imagem esta juntamente com Dr. Nomura que ajudou a transformar a fazenda Itamarati em uma verdadeira potência agrícola e demais empreendedores da época.
No auge da produção em meados dos anos 1980 cerca de 20 mil pessoas, entre funcionários das mais diversas áreas e suas famílias, como o tão famoso “Bugreiro” que era um conjunto de barracos feito de lonas, madeira e taquaras, que se localizava fora da sede da fazenda, mais os prestadores de serviços itinerantes, tal era o número de pessoas existentes nestes tempos que para alojar todos era praticamente impossível, empregava muita mão de obra de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero e região.
Formação da sede da fazenda Itamarati década de 70.Foto arquivo pessoal Eliane Nomura Ramos |
Dentro do complexo da Itamarati existia um hangar para abrigar os aviões agrícolas e oficina para os aviões, um grupo de pilotos fazia parte dos inúmeros funcionários do grupo (itasul).
Em destaque Olacyr Francisco de Morais e Dr. Alberto Keiti Nomura, inspecionando plantação de algodão, década de 80. Arquivo pessoal Eliane Nomura Ramos |
Algo que marcou época foi a grande logística necessária para manter ativa, em pleno funcionamento a grandiosa fazenda, quando Olacyr Francisco de Moraes começou adquirir as terras no inicio da década de 70, a frente desta empreitada designou o experiente engenheiro Drº Alberto Keiti Nomura que negociou os imensos hectares de terra da região para plantio de monocultura.
Olacyr Francisco de Moraes, nesta foto inspecionado a fazenda Itamarati Ponta Porã.Arquivo pessoal Eliane Nomura Ramos |
Para que isso se concretizasse implantou o sistema de “pivô” para irrigação inteligente, sem necessariamente precisar somente da ajuda do “céu” situações climáticas favoráveis para mandar a chuva necessária para desenvolver os mais de 35 mil hectares de terra produtiva, os aviões cortavam os céus para pulverizar, algo surreal, mas isso ficou no passado gravado somente na memória de quem viveu nestes tempos.
década de 80 Fazenda Itamarati pivô - Foto: Arquivo pessoal Eliane Nomura Ramos |
GRUPO ITAMARATI em destaque Dr. Alberto Keiti Nomura inspecionando a plantação juntamente com engenheiros agrônomos e técnicos, década de 80. Foto: Arquivo pessoal Eliane Nomura Ramos |
Com o fim das atividades do grupo Itasul (Itamarati), suas terras passaram a serem utilizadas na reforma agraria, sua grandiosidade ficou no passado, dando espaço para o maior assentamento já existente no mundo.
Mas que fique registrado nos anais da história o pioneirismo e empreendedorismo do empresário Olacyr Francisco de Morais que direta e indiretamente empregou colaborou e ajudou para o desenvolvimento da região fronteiriça em outros tempos, deixando sua marca na memória de muitos que fizeram parte deste grandioso grupo Itasul (Itamarati) em outras épocas.