CAMPO GRANDE (MS),

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    10/10/2014

    Dilma critica modelo econômico do PSDB, e Aécio exalta alianças na volta do horário eleitoral

    No primeiro programa do 2º turno, petista comemorou vitória no campo do adversário, enquanto tucano lembra ligação política com o avô


    Divulgação


    RIO - A primeira propaganda eleitoral dos candidatos à Presidência depois do resultado do primeiro turno trouxe Dilma Rousseff (PT) destacando os votos que recebeu em Minas Gerais, estado governado por seu adversário, Aécio Neves por dois mandatos, e críticas à política econômica do PSDB. Já Aécio enfatizou sua ligação com o avô, Tancredo Neves, e priorizou os apoios que recebeu de outros partidos – PP, PSB, PSC e PV.


    — Entendi o recado das ruas e das urnas — disse Dilma, abrindo o horário gratuito. — Os brasileiros que me deram a vitória disseram que a melhor forma de mudar é acelerar o que está em andamento. Farei as mudanças que forem necessárias para melhorar ainda mais a vida dos brasileiros. A luta continua.

    A presidente eleita comemorou os resultados obtidos pelos candidatos do PT e seus aliados. Segundo a propaganda, foram 10 governadores, 304 deputados (o equivalente a 59% do total), e 15 dos 27 senadores.

    Evitando mencionar o nome de Aécio, Dilma atacou o desempenho do PSDB na área econômica.

    — O que está em jogo não é uma simples disputa de nomes, mas um modelo de país. Não faço ataques pessoais ao meu adversário — disse. — Ele representa um modelo que quebrou o país três vezes, causou desemprego, arrocho salarial e recessão, que não investiu na área social. Minha candidatura representa um compromisso com o futuro mais próspero mais feliz e mais justo.

    Dilma disse que os avanços proporcionados pelos governos do seu partido não significam que o país não tem problemas:

    — Estamos enfrentando dificuldades momentâneas na economia, e a qualidade da saúde e da educação ainda deixa a desejar. Sou a primeira a defender o combate sem tréguas à corrupção. Meu compromisso se expressa na frase “Governo novo, ideias novas”, na saúde, segurança, educação — disse Dilma, antes de repetir propostas como a das clínicas do Mais Especialidades, dos Centros de Comando e Controle da segurança pública, e a reforma do ensino básico.

    TUCANO DESTACA ALIADOS ‘DIVERSOS’

    O programa de Aécio começou com um apresentador lembrando a atuação de seu avô, Tancredo Neves, no fim da ditadura, mostrando inclusive discurso do candidato tucano em comício em 1984. Depois de agradecer aos seus eleitores, Aécio convocou os eleitores que se abstiveram ou votaram em branco/nulo no primeiro turno.

    — Você que está quase desistindo de exercer o seu direito de escolher um governante, dê mais uma chance à sua esperança, dê mais uma chance ao Brasil.

    Ele enfatizou a necessidade de mudança e disse que a disputa no segundo turno “não será fácil”.

    — Nossos adversários mostraram que não tem limites quando a questão é a sua permanência no poder. A mudança de que falo é o que dará o Brasil o que ele mais precisa, um governo que funciona. Quando o governo não funciona, tudo vira problema — afirmou o candidato.

    Além de mostrar o tucano como herdeiro político de Tancredo, e pai de família, o programa apontou ações dele no governo de Minas para destacar suas qualidades como gestor. Entre elas, o corte de secretarias estaduais e de cargos comissionados, e do próprio salário, bem como a posição do estado como “melhor educação fundamental do país” e “melhor sistema de saúde do Sudeste”.

    Na sequência, o programa do tucano exaltou os “pensamentos diversos começaram a se unir” em torno de sua candidatura. Foram mostradas imagens do comício realizado nesta quarta-feira, em que Eduardo Jorge (PV), Pastor Everaldo )(PSC) e Roberto Freire (PPS) manifestaram apoio a Aécio.

    — Eu comecei essa campanha convidando todos a serem bem-vindos a um novo jeito de governar, e quero agora refazer esse convite. Bem-vindos os que querem decência e respeito, e acreditam que nós temos um grande futuro. No domingo, os brasileiros deram o primeiro passo para mudar o país — concluiu o candidato, referindo aos 34 milhões de votos que recebeu no primeiro turno, contra 43 milhões de Dilma Rousseff.



    Fonte: OGlobo/JE
    Por:
     MARCIO BECK / MICHELE MIRANDA