CAMPO GRANDE (MS),

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    04/08/2014

    PONTA PORÃ LINHA DO TEMPO: Causos e lendas da fronteira. Antiga estação ferroviária da fazenda Itamarati o prédio assombrado

    Grupo Itamarati década de 80 inspecionando plantação de algodão, em destaque o dono majoritário do
     grupo Olacyr Francisco de Moraes e Dr. Alberto Keiti Nomura, juntamente com demais membros
     engenheiros e acionistas do grupo - 
    Foto: Arquivo pessoal de Eliane Nomura Ramos
    Locais assombrados existem desde o início da história da humanidade, já referenciados na mitologia babilônica, grega e romana, que atribuíam a estas anomalias da natureza “espíritos” a seres fantásticos ou gênios a que se denominavam de gnomos, duendes, trasgos entre outros, isto conforme a região e civilização em que estes fenômenos se produziam nestes tempos antigos.

    Causos e lendas de assombração existem muito na região fronteiriça, por ser local de eventos históricos que marcaram a sua formação e fundação, todo fato que foge do comum que não se acha uma explicação, logo vira causo a ser contado, contos de casas e lugares assombrados de alguma forma tornam se muito popular, despertando curiosidade a todos que escutam esses eventos, que somente existe e assombra quem por determinado local, passar ou vir a morar. 

    Mais o que é uma assombração? Segundo informações de livros e site, que trata de tais assuntos. “Assombração é o nome dado popularmente a vultos de seres de outro mundo que habitam determinados lugares ou transitam por determinadas regiões, assustando os que por lá passam”. Fonte de pesquisa site http://paranormal12.blogspot.com.br/

    Ao contrário do termo fantasma muito utilizado, o termo assombração é um pouco menos utilizado por ser uma palavra que da certo medo quando pronunciada, o termo assombração não é obrigatoriamente associado à forma de seres humanos, sendo, ocasionalmente, utilizados como referência a formas de animais conhecidos ou de seres fantásticos que já se toraram temas de livros de histórias e filmes, como bruxas, lobisomem, vampiros, mortos-vivos, mulas sem cabeça, entre outros seres que habitam o imaginário de quem conta e escura tais lendas destas aparições. 

    Partindo destas entre outras informações, vamos narrar mais um causo da região fronteiriça como já mencionado anteriormente, uma região muito rica com fatos sem explicação que foge do que é ou não é real, habitando no sobrenatural. 

    A Fazenda Itamarati ou (Itasul) foi o maior centro produtor agrícola da região Centro Oeste e do Brasil, criado pelo empresário e empreendedor Olacyr Francisco de Moraes, pela sua grandeza em terras e com uma grande demanda de grãos foi necessário à construção de uma estação ferroviária de embarque e desembarque de passageiros e produtos algo magnifico que trouxe desenvolvimento e geração de emprego e renda para região fronteiriça.

    Primeiro trem da NOB–Noroeste do Brasil, para do para reabastecimento da madeira (lenha) que era
     utilizada na queima para aquecer a caldeira da máquina gerando pressão, para o trem (Maria Fumaça)
     se movimentar, pois na época ainda não se utilizava a locomotiva a óleo diesel, na estação ferroviária
     de Ponta Porã meados da década de 1950, este trem fazia linha Ponta Porã/Campo Grande
    Foto arquivo pessoal de Vergínia Ramona Cuevas Pereira.

    No auge da produção em meados dos anos 1980 cerca de 20 mil pessoas, entre funcionários das mais diversas áreas e suas famílias, como o tão famoso “Bugreiro” que era um conjunto de barracos feito de lonas, madeira e taquaras, que se localizava fora da sede da fazenda, mais os prestadores de serviços itinerantes, tal era o número de pessoas existentes nestes tempos que para alojar todos era praticamente impossível, empregava muita mão de obra de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. 

    Dentro do complexo da Itamarati existia um hangar para abrigar os aviões agrícolas e oficina para os aviões, um grupo de pilotos fazia parte dos inúmeros funcionários do grupo (itasul). 

    Em destaque Olacyr Francisco de Morais e Dr. Alberto Keiti Nomura, inspecionando plantação de
     algodão, década de 80 - Foto: Arquivo pessoal Eliane Nomura Ramos

    Algo que marcou época foi a grande logística necessária para manter ativa, em pleno funcionamento a grandiosa fazenda, quando Olacyr Francisco de Moraes começou adquirir as terras no inicio da década de 70, a frente desta empreitada designou o experiente engenheiro Drº Alberto Keiti Nomura que negociou os imensos hectares de terra da região para plantio de monocultura, para que isso se concretizasse implantou o sistema de “pivô” para irrigação inteligente, sem necessariamente precisar somente da ajuda do “céu” situações climáticas favoráveis para mandar a chuva necessária para desenvolver os mais de 35 mil hectares de terra produtiva, os aviões cortavam os céus para pulverizar, algo surreal, mas isso ficou no passado gravado somente na memória de quem viveu nestes tempos.

    GRUPO ITAMARATI em destaque Dr. Alberto Keiti Nomura inspecionando a plantação juntamente
     com engenheiros agrônomos e técnicos, década de 80-F
    oto: Arquivo pessoal Eliane Nomura Ramos

    Com o fim das atividades do grupo Itasul (Itamarati), suas terras passaram a serem utilizadas na reforma agraria, sua grandiosidade ficou no passado, dando espaço para o maior assentamento já existente no mundo.

    Com a distribuição de lotes e das casas das sedes para os novos moradores assentados, o prédio da estação ferroviária acabou sendo ocupado por funcionários e que aproveitando sua estrutura utilizaram como moradia em troca fazendo a manutenção do mesmo.

    Mas não imaginariam esses novos moradores, que durante sua estadia em tal prédio da antiga estação da Itamarati, vivenciariam situações fora do comum além do imaginário humano, sinistro até para os mais céticos.

    Uma moradora que viveu por longa data, praticamente uma década nesta estrutura antiga narrou certos acontecimentos fantasmagóricos de aparições e assombração, confesso que depois de escutar o medo tomou-me, depois de escutar tais fatos.

    A moradora conhecida por “Dona Cida” relata que abrir e fechar de portas, as mesmas com tranca e chave eram comuns, que o fechar era acompanhado de vento forte e barulhos mesmo quando não tinha vento fora, à porta se fechava hora calmamente hora forte, de nada adiantava fechar com trancas, pois sem explicação as mesmas se abriam.

    Muitos diziam a “Dona Cida” que era pela idade do prédio e portas velhas, mas como explicar os passos e os vultos que começaram a aparecer com certa frequência, como o local era grande alojava algumas famílias além de “Dona Cida” que pelos acontecimentos se mudavam logo, por não suportarem as assombrações. 

    A sensação de nunca estar só invadia quem passava ou morava no local, um ar sombrio invadia tal moradia, que só aumentava com o cair da noite, onde os medos se misturavam com tais sensações de arrepio, frio e principalmente de ser observado por alguém, que por varias vezes os moradores se levantavam a noite, achando que poderia ser um ladrão, alguém invadindo tal local, mas o pior ainda estaria por acontecer. 

    “Dona Cida” mulher já calejada pelos anos de trabalho duro, perdera seu primeiro marido na década de 1980, seu marido foi funcionário do grupo Itamarati (Itasul) e morrera em um acidente.

    Quando se casou novamente veio à reforma agraria, ela resolveu com seu atual marido ficar na fazenda, morando na estação ferroviária, já que a mesma se encontrava desabitada e abandonada, seu atual marido vivenciou muitos fatos sendo ele incomodado por inúmeras vezes durante o tempo que moraram no prédio da estação, o mesmo sentiu um toque no seu ombro quando estava no banheiro, achou que era sua esposa “Dona Cida” quando olhou não viu ninguém somente um vulto, o mesmo relata que ficou paralisado com tal acontecimento que se repetia por varias vezes durante o tempo que moraram neste local.

    Certo dia estava todos os moradores com seus afazeres habituais, quando alguém de fora entrou no prédio gritando “alguém pulou do telhado”, todos saíram às presas para ver o que teria acontecido dois jovens dizendo que tinham visto um homem se jogando de cima da estação, se jogando ao chão, mas ninguém escutou ou viu nada. 

    Essa assombração começou a ser mais constante, sendo que até os demais moradores, “Dona Cida” e seu marido visualizavam tal vulto em forma de um homem se jogando do telhado da estação, isso sempre no cair da noite, era algo tenebroso assustador.

    Os vultos aparições aumentavam assombrando de maneira que impediam todos de dormir de forma tranquila, chegando a derrubar tudo de dentro dos armários como panelas e mantimentos, sempre que isso acontecia, conversas, passos e hora ou outra um grito de dor tomava conta do prédio, dona Cida foi a única que conseguiu morar por mais tempo no prédio, mas cada vez as manifestações aumentavam incomodando até mesmo quando dormiam no quarto batendo e abrindo o guarda roupa, abrindo as torneiras. 

    Por esses motivos resolveram sair do prédio da estação, mas “Dona Cida” conta que ainda existem moradores no prédio, mas os mesmos continuam vendo as tais assombrações, principalmente do vulto que pula do telhado da estação.

    A quem duvida de tais acontecimentos, mas se quiser colocar a prova, só ir lá, e visitar a grande estrutura de tempos áureos da Estrada de Ferro NOB-Noroeste do Brasil localizada dentro da antiga fazenda Itamarati, a mesma mante-se firme graças aos moradores que não deixam o tempo ruir com a estrutura, mas não por muito tempo, pois poucos se arriscam a continuar morando em tal local assombrado temendo que algo possa acontecer. Não duvide de coisas que não tem explicação, pois existem muitos mistérios na vida que foge da realidade e do que pode ser explicado.


    “O que sabemos é uma gota, o que não sabemos é um oceano.” Sir Isaac Newton.


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