CAMPO GRANDE (MS),

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    26/05/2014

    MS: Reinaldo formaliza alianças com risco de perder eleitores

    Reinaldo investe em tempo de TV e oferece senado ao PSD. Pela melhor composição de chapa, candidato realiza alianças visando preencher pontos falhos, seja recursos de campanha, tempo de exposição no horário político eleitoral, ou ambos


    Reinaldo Azambuja e Antônio João, aliança em chapa majoritária.
    O período anterior às convenções municipais é pródigo em conversas, promessas, ajustes entre partidos, candidatos, interessados e interesseiros. Neste momento, cada qual tenta vender seu peixe e, por meio de chantagem, pesquisas ou outros argumentos.

    Cada qual apresenta ou oferece um nome em condições de enfrentar as urnas, causando interesse nos partidos que já apresentaram pré-candidatos ao governo do estado: PT com o senador Delcídio do Amaral, PSDB com o deputado federal Reinaldo Azambuja e PMDB com Nelson Trad Filho.

    O PSB quer dar visibilidade a Tatiana Ujacow, filha de Dourados, mas radicada em Campo Grande, e a coloca no balcão de leilões para competir com outros nomes preferidos pelos dirigente de seu partido. É sem dúvida um bom nome para qualquer dos cargos em aberto.

    Já alguns outros partidos preferem usar da força pessoal e de mídia, além de toar o canto da sereia do horário eleitoral gratuito para barganhar cargos. Quem está pagando para ver é o pré-candidato Reinaldo Azambuja, que ofereceu em nome do PSDB a vaga de senador ou de vice-governador ao PSD.

    Confirmado

    A partir da reunião na manhã dessa segunda-feira (26/5), onde foi oficializado o convite ao partido, o candidato ao Senado na Aliança encabeçada por Reinaldo Azambuja é o do ex-suplente, ex-senador, empresário e presidente estadual do PSD, Antônio João Hugo Rodrigues, diretor do jornal Correio do Estado.

    Azambuja que foi candidato à prefeito de Campo Grande nas eleições de 2012 e alcançou surpreendentes 113.629 votos, que corresponderam à 25,9%, bem próximo dos dois outros candidatos que disputaram o segundo turno, mesmo tendo um inexpressivo candidato a vice e adversários que contavam a seu favor, um a máquina dos governos municipais e estadual e, outro a popularidade dos programa de rádio de apelo popular.

    A escolha de Antônio João talvez esteja sustentada no tempo de TV, que do PSD é de 1 minuto, 59 segundos e 13 milésimos (1’51’13), o mesmo do PSDB - somado aos tempos de DEM e PPS, praticamente confirmados, somariam 5’06”’12 -, ou no aporte financeiro que poderá vir deste aliado, ou ainda na certeza de Azambuja de que poderá enfrentar seus adversários, independente dos nomes que o acompanhem, como ocorreu nas eleições para a Capital.

    Dissenções

    O maior entrave nesta coligação reside no fato de a pré-candidata à Assembleia, Tereza Name, melhor nome e provável campeão de votos, vir dando apoio e publicidade à pré-candidatura do senador Delcídio do Amaral (PT).

    O partido vem cobrando obediência cega aos acordos firmados, conforme matéria veiculada no jornal oficial do presidente do PSD, em que expõe que Antônio João alertou os filiados sobre o risco de serem expulsos do partido se apoiarem candidatos adversários nas próximas eleições. O dirigente destacou a resolução assinada pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, impondo punição severa para os traidores. Além da expulsão, quem tem mandato pode perder e os postulantes a concorrer as eleições poderão ficar fora.

    “Será cobrado à risca, e aqueles que não concordarem com o a posição do PSD, com o pensamento da maioria, podem se retirar”, afirmou num recado claro à pré-candidata. Antônio João não é reconhecido pelo seu apego aos partidos, mas pelo fato de utilizar da sigla à qual está filiado para alcançar seus objetivos políticos.

    Métodos e modos

    Os candidatos dessa aliança têm métodos e modos distintos de atuarem na política. Talvez a forma amena de se dirigir aos eleitores receba um contraponto mais agressivo das maneiras de Antônio João, que já inicia seu ataque pelas redes sociais e pela sua mídia.

    “O que está acontecendo em Mato Grosso do Sul é o negócio mais estranho que já vi na vida. Temos o André lançando a Simone, o Delcídio vai lançar um laranja que é o Ayache, prefeitos do PT vão apoiar Simone. Essa união deles é estranha, essa juntada é muito estranha eu acho que isso vai ter uma reação muito forte, contra esse negócio de PT e Simone, de prefeito do interior apoiar Delcídio, mas apoiar a Simone. Querendo ou não o Nelsinho é campo-grandense, e a Simone deveria é apoiar o Nelsinho. Na verdade virou esbórnia na política”, comentou.

    Outras composições

    Martelo batido com o PSD, resta ao PSDB duas vagas a negociar: vice-governadoria e suplência ao Senado, nesta ordem de grandezas. Com dois partidos que sinalizaram apoio desde o primeiro momento, e pelo tempo de TV que dispõem, DEM e PPS deverão subir no palanque com candidatos que preencham os quesitos desejados para estas vagas, exceto se foram mais valiosas serem oferecidas a algum dos outros partidos que não estejam comprometidos com os adversários.

    De qualquer forma, Reinaldo Azambuja e Mário Monteiro, os representantes do PSDB que avalizaram a coligação, sabem que o cargo ao Senado atrela menos o partido à rejeição do eleitorado, afinal ainda vale o voto camarão reverso, onde o candidato cabeça de chapa não se importa com o que o eleitor fará com o resto. Assim, ainda que carregue críticas pela composição, o eleitor poderá votar em Reinaldo Azambuja para governador e optar por outros candidatos para o senado. Depois da melancia quadrada cultivada pelos japoneses, a laranja triangular, invenção sul-mato-grossense.





    Fonte: Top Mídia News/JE