CAMPO GRANDE (MS),

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    09/05/2014

    A evolução do silicone: prótese mudou com o tempo e está mais segura

    Seios com silicone: evolução em 50 anos
    Foto: Fábio Rossi / O Globo

    Há 15 dias, a vendedora Kelly Oliveira de Sousa, de 31 anos, realizou um sonho de anos: colocar próteses de silicone. Os seios pequenos motivaram seu interesse pela cirurgia, mas Kelly queria esperar a maternidade para tomar a decisão. Quatro anos após o nascimento do filho William Richard, ela bateu o martelo.

    — Meus seios sempre foram pequenos. Durante a amamentação, eles cresceram e isso aumentou ainda mais minha vontade — contou Kelly.

    Em pouco mais de 50 anos, o silicone ganhou formatos e texturas diferentes (veja gráfico abaixo). A primeira prótese foi aplicada em 1962. Como era apenas um tipo, a paciente tinha que se adaptar a ele e não tinha previsão de resultado, durabilidade ou segurança do material. Nas décadas seguintes, o material foi evoluindo e chegou, em 2000, à quinta geração. A segurança é uma característica marcante das atuais próteses, embora ainda seja preciso tomar alguns cuidados (veja abaixo).

    — Hoje, as próteses são testadas em seres humanos, têm densidade parecida com a mama normal e o gel é coesivo, o que ajuda a manter a forma — garante o cirurgião plástico Marcelo Olivan, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

    Uma das marcas da evolução é a prótese de poliuretano, que surgiu em 1971. O material adere aos tecidos, não roda e as mamas ficam firmes por mais tempo.

    — Ele também tem menor índice de contratura, que é o endurecimento ao redor da prótese — acrescenta Olivan.

    Regras mais rígidas após polêmica

    Embora tenham caído no gosto das mulheres, as próteses de silicone não ficaram isentas de problemas e riscos à saúde no decorrer de todas essas décadas. Nos anos 1990, os EUA chegaram a banir a cirurgia por suspeitas de que o material pudesse causar uma doença do sistema imunológico.

    Em 2010 os implantes se tornaram alvo de polêmica depois que as próteses da francesa Poly Implant Prothese (PIP) foram proibidas em vários países, após a descoberta de que elas continham silicone industrial que oferecia sério risco à saúde, em caso de ruptura. A empresa foi fechada e seu dono teve prisão decretada pela Justiça da França.

    No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adotou em 2012 normais rígidas de padrão para próteses de silicone. Os produtos devem ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e estão sujeitos a análises eventuais e espontâneas pelo instituto.

    Os cuidados que devem ser tomados

    Primeiro passo: checar se é cirurgião plástico credenciado, membro da Sociedade de Cirurgia Plástica. Lembrar que pacientes que já têm volume mamário não devem aplicar a próteses. Em caso de infecção ou hematoma (que podem ocorrer em qualquer cirurgia), o tratamento geralmente é com remédio. Em casos raros, o paciente é reoperado. A chance de isso acontecer é de 0,5%. Em caso de contratura (endurecimento) ou ruptura da camada externa. O resultado da cirurgia vai depender da anatomia do tórax da paciente.

    Ilustração





    Fonte: Extra/JE
    Por: Cíntia Cruz