CAMPO GRANDE (MS),

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    10/10/2013

    Câmara vai cortar 'supersalários' de mais de mil servidores

    Decisão atende TCU, que havia dado 60 dias para Casa reduzir salários.
    Senado também determinou corte nos vencimentos de 540 funcionários.



    Foto: Divulgação


    A Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados informou ao G1 nesta quarta-feira (10/10) que vai cortar, no pagamento do próximo dia 23, os “super-salários” de mais de mil servidores que ganham acima do teto constitucional para o funcionalismo (atualmente de R$ 28 mil, equivalente aos vencimentos de um ministro do Supremo Tribunal Federal).

    A decisão visa atender determinação do dia 14 de agosto do Tribunal de Contas da União (TCU), que deu 60 dias para que a Casa reduzisse as remunerações. Embora o prazo do TCU terminasse em novembro, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), confirmou o corte no próximo contracheque.

    O prazo dado para a Câmara verificar todos os casos é até o dia 4 de novembro, mas até terça quero informação para a tomada da decisão"
               - Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara


    “Já determinei ao diretor-geral que trouxesse o caso para reunião da Mesa da próxima terça. O prazo dado para a Câmara verificar todos os casos é até o dia 4 de novembro, mas até terça quero informação [do número de funcionários] para a tomada da decisão, fazendo cumprir a recomendação do TCU, porque a folha de pagamento é elaborada no dia 17 [de outubro]”, disse ao G1.

    Segundo Henrique Alves, a Casa já identificou "mais de mil" servidores ganhando acima do teto. "Com certeza os casos confirmados, mais de mil no total em exame, já terão alteração neste mês", disse.

    Os "super-salários" são decorrência do entendimento de que o pagamento por função comissionada não entra no cálculo para adaptar as remunerações ao teto constitucional.

    "Vamos cumprir a decisão do TCU e reduzir os salários a partir do próximo pagamento"

                - Sérgio Sampaio, diretor-geral da Câmara


    “Vamos cumprir a decisão do TCU e reduzir os salários a partir do próximo pagamento”, afirmou o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio.

    Conforme auditores do Tribunal de Contas da União, o prejuízo aos cofres da Câmara com o pagamento de salários irregulares soma R$ 517 milhões por ano.

    Nas contas dos técnicos do TCU, 18,75% dos gastos da Casa com pessoal estão irregulares. De acordo com a Diretoria-Geral da Câmara, não haverá devolução do que já foi pago acima do teto até o fim do prazo dado pelo TCU à Câmara. O ressarcimento não foi exigido pelo tribunal.

    Senado

    Nesta quinta (10), a Mesa Diretora do Senado aprovou ato que estipula como valor máximo dos salários de servidores da Casa o teto do funcionalismo público federal.

    Com isso, cerca de 540 servidores terão os vencimentos cortados no próximo dia 21, quando receberão os salários deste mês, segundo informou a assessoria da Presidência do Senado. Esse número corresponde a aproximadamente 8,5% do total de 6.283 servidores do Senado (3.033 efetivos e 3.250 comissionados), de acordo com dados fornecidos pela assessoria.

    A decisão também atende determinação do TCU que, em 25 de setembro, decidiu que o Senado teria 30 dias para cortar os chamados "super-salários". De acordo com o TCU, o Senado vem pagando de forma indevida, anualmente, R$ 157 milhões, dos quais R$ 60 milhões somente em salários acima do teto. A diferença se refere a outros pagamentos considerados irregulares pelo TCU, referentes a horas-extras, horas não trabalhadas e acúmulo de cargos indevidamente.

    Fonte: G1, em Brasília
    Por: Nathalia Passarinho