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    22/06/2013

    Jovens comandaram multidão de 7 mil pessoas no 3º dia de protestos em Campo Grande




    Após a ação de vândalos e confrontos, a passeata pelo terceiro dia consecutivo em Campo Grande foi pacífica, sem transtornos e marcada apenas pela indignação contra a corrupção. Jovens cara-pintadas tomaram a frente da manifestação, que teve a participação de 7 mil pessoas, e inibiram a ação de vândalos com gritos de guerra ou sentando no chão para facilitar a identificação dos arruaceiros.

    Segundo a Polícia Militar, não houve nenhum incidente ou depredação durante a passeata, que percorreu a avenida Afonso Pena e as ruas Pedro Celestino, 15 de Novembro, Calógeras, Ricardo Brandão, Ceará e Paulo Coelho Machado.

    Os próprios manifestantes controlaram o protesto. Em uma ocasião, garotos subiram no Obelisco, símbolo da Capital, e foram obrigados a retornar à passeata sobre os gritos de “desce, desce”. O grupo também sentou e cantou o hino nacional em várias ocasiões para mostrar o caráter pacífico da mobilização.

    O protesto ganhou ainda o apoio de moradores dos edifícios localizados ao longo do percurso, que piscavam a luz, cantavam e até exibiam bandeiras do Brasil na janela. Os manifestantes gritavam “quem apoia, pisca a luz”. Quando vários apartamentos atendiam o pedido, a galera ia ao delírio.

    “Queremos prooteger a cidade, não queremos destruir. Queremos investimento em saúde e educação”, afirmou um dos organizadores, Yan da Sortika, 18 anos.

    O protesto surpreendeu o gaúcho e estudante de Direito Marcelo Silva, 25 anos, que reside há seis anos na cidade após deixar a cidade de Santo Ângelo (RS). “O ato foi pacífico”, resumiu o jovem, que participou de dois atos públicos, na quinta-feira e neste sábado . Ele defendeu a participação da imprensa nos atos, apesar de não concordar com a cobertura de alguns veículos de comunicação. “Mas faz parte”, resumiu.

    “Estamos lutando por um ideal, não estamos só para gritar”, afirmou a estudante Priscila Lourenzini, 21 anos. Ele defendeu quatro pontos: passe livre para todos, agilidade e funcionalidade da CPI da Saúde, mais investimentos em educação e retorno dos impostos pagos pelos cidadãos.

    “A nossa intenção não é demitir prefeito, governador, mas mudar o sistema”, disse a estudante, que participou do ato pacífico realizado hoje pelas principais ruas de Campo Grande.

    Além do manifesto contra a corrupção, as ruas de Campo Grande também foram cenário da Marcha da Maconha. Eles entoaram cantigas como "arroz, feijão, maconha e educação" e se juntaram aos demais manifestantes. Eles cobraram a legalização do uso, com dizeres, "Dilma Rousseff legalize o beck".

    Balanço

    A primeira manifestação foi histórica e organizada a partir das mídias sociais. Foram 60 mil pessoas na manifestação realizada na quinta-feira, que terminou com a intervenção da polícia após vândalos depredarem ônibus, lojas e agências bancários no Centro da Capital.

    O segundo dia ocorreu sob chuva e frio de 16º, mas teve a participação de dois mil manifestantes. No entanto, o movimento foi o mais violento dos três dias e terminou com a intervenção da Tropa de Choque, com 10 pessoas presas e feridos no confronto entre manifestantes e a Guarda Municipal durante a tentativa de invasão da Câmara Municipal.

    Hoje, o público estimado foi de 7 mil pessoas. O ato foi pacífico, marcado por cantorias, cartazes contra o governador André Puccinelli (PMDB) e presidente Dilma Rousseff (PT). Poucos cartazes fizeram menção ao prefeito Alcides Bernal (PP), apesar dos manifestantes terem ficado na frente da prefeitura por várias horas.



    Fotos: Rafael Gaijim


    Mais uma vez, os manifestantes também foram à Câmara Municipal protestar contra a corrupção. Dessa vez, não houve depredação e o ato foi tranquilo. Somente um jovem subiu em um outdoors e pichou "legalize".

    Fonte: Midiamax
    Por: Edivaldo Bitencourt e Lidiane Kober
    Fotos: Rafael Gaijim