A instauração da CPI da Saúde em Campo Grande durou menos de uma hora. Assim que a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) conseguiu as assinaturas, a oposição tratou de se articular rapidamente e conseguiu mais uma vez derrubar a investigação. Dessa vez, voltaram atrás os vereadores Eduardo Romero (PTdoB), Paulo Pedra (PDT), Coringa (PSD) e Paulo Siufi (PMDB).
Com o anúncio das 10 assinaturas, o presidente da Casa de leis, vereador Mário César (PMDB), suspendeu imediatamente a sessão e convocou uma reunião com os vereadores. Cerca de uma hora depois, os vereadores da base aliada de Bernal foram convidados a se retirar e permaneceram apenas os oposicionistas para discutir a questão.
Em 20 minutos, Mário Cesar saiu da reunião e comunicou diretamente a vereadora Luiza que não iria ter CPI, uma vez que os vereadores Eduardo Romero, Paulo Pedra, Coringa e Siufi iriam retirar seus nomes da lista.
O vereador Zeca, que articula junto com Luiza a instauração da CPI, já previa a retirada dos nomes. Ele estava indignado e disse que não viu o porquê disso, uma vez que o corregedor do MPE, Mauri Riciotti disse que a questão jurídica esta sendo apurada, mas que cabe aos vereadores a questão política do caso. A CPI teria como foco apurar desvios de recursos e sucateamento da oncologia no Hospital do Câncer e Hospital Universitário.
Após o anúncio da queda da CPI, o vereador Airton Saraiva (DEM) saiu comemorando. “Mais uma derrota”, se divertia. Já Eduardo Romero, que desde o início defendeu a criação da CPI, se restringiu a dizer que já tem uma comissão especial cuidando do assunto e enfatizou que o fato de não ter problema uma investigação conjunto com os órgãos de controle “é opinião do MPE”.
Mário César não mostrou constrangimento ao confessar que a decisão de derrubar a CPI novamente é política. “É política, porque esta Casa é política. Na opinião dele, uma CPI não atrapalha, mas pouco contribui.
O vereador Paulo Pedra, que teve seu nome retirado do pedido de abertura, não esteve presente na sessão de hoje. Já os vereadores Coringa e Siufi não voltaram para a sessão depois da reunião. Assim que fez o anúncio, Mário Cesar encerou os trabalhos do dia, alegando que os vereadores não tinham pedido a prorrogação as 10h45, conforme regimento.
Eduardo Romero e Paulo Pedra foram decisivos para a derrubada da CPI nesta terça-feira. Luiza Ribeiro ganhou as assinaturas de Alex do PT e João Rocha (PSDB). Eles eram suficientes para instaurar a CPI, com 11 assinaturas. A vereadora chegou a ter 13 assinaturas, com a ajuda de Coringa e Siufi, mas ao final, só restaram nove nomes. Foram favoráveis a CPI os vereadores: Luiza Ribeiro, Zeca do PT, Gilmar da Cruz (PRB), Ayrton do PT, Alex do PT, João Rocha, Rose Modesto (PSDB), Cazuza (PP) e Chocolate.
No total, 20 vereadores não assinaram a favor da CPI: Eduardo Romero, Paulo Pedra, Paulo Siufi (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), Wanderlei Cabeludo (PMDB), Mário César (PMDB), Edil Albuquerque, Elizeu Dionízio (PSL), Alceu Bueno (PSL), Chiquinho Telles (PSD), Coringa (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Flávio César (PTdoB), Otávio Trad (PTdoB), Grazielle Machado (PR), Jamal (PR), Herculano Borges (PSC), e Airton Saraiva (DEM).
Fonte: Midiamax
Por: Diana Gaúna e Wendell Reis
Foto: Arquivo midiamax
