Empresa trabalha em laudo para verificar a origem do problema e afirma que está realizando a troca dos produtos aos consumidores prejudicados
Consumidora posta foto de ovo da Cacau Show mofado no Facebook (Reprodução) |
A Fundação Procon-SP afirmou que notificou a empresa de alimentos Cacau Show nesta quarta-feira, devido a queixas de consumidores que compraram ovos de páscoa mofados em lojas franqueadas. Todas as reclamações, segundo o Procon, referem-se ao Ovo Brigadeiro, da linha Dreams. Queixas de consumidores foram registradas na página da empresa no Facebook, no domingo de Páscoa - muitas delas, ilustradas com imagens do mofo no chocolate.
A notificação pede que a empresa esclareça em 24 horas qual é a origem do defeito do produto: se é na fabricação ou no armazenamento dos chocolates. A Cacau Show também deverá informar à entidade o que está sendo feito para compensar os consumidores afetados. "Caso algum consumidor lesado tenha passado mal, nossa orientação é para que ele busque as vias judiciais", afirma a técnica do Procon, Andrea Benedetto.
De acordo com a entidade, seja qual for a razão da falha - produção, armazenamento ou manuseio dentro das lojas franqueadas - a responsabilidade do problema permanece com a Cacau Show. "O importante é saber a origem da falha para identificar se há necessidade de recall", diz Andrea.
Em comunicado, a Cacau Show afirmou que está realizando a troca imediata dos produtos que apresentarem problemas. A empresa afirmou que, até o momento, recebeu "reclamações pontuais referentes ao produto" e que trabalha para produzir o laudo final sobre o problema. Segundo a Cacau Show, avaliações preliminares mostram que não houve problema na produção dos ovos. "Como medida imediata, já foram avaliadas pelo departamento de qualidade todas as contraprovas – amostras dos itens produzidos e enviados às lojas - dos lotes do Ovo Brigadeiro e não foram encontradas irregularidades no processo", informou a empresa. Segundo o Procon, se houver falhas na fabricação, a empresa poderá ser multada em 6 milhões de reais.
A fabricante reiterou, em nota, que opera segundo as normas estabelecidas pela legislação de Vigilância Sanitária e que realiza controles de qualidade severos em suas fábricas e franqueadas.
Os produtos que deram dor de cabeça aos consumidores
No Brasil ou no exterior, os problemas estão relacionados às falhas em uma das etapas dos processos de produção ou às fraudes. Relembre alguns casos recentes
A marca de bebidas de soja AdeS, da Unilever, anunciou um recall no início do mês de março. Noventa e seis unidades do suco de maçã fabricado na planta de Pouso Alegre, em Minas Gerais, continham soda cáustica e causaram mal-estar e queimaduras em alguns consumidores. Depois do ocorrido, a Anvisa interditou a linha de produção de AdeS na fábrica mineira e a Unilever poderá ser multada em 6 milhões de reais.
Um lote do achocolatado Toddynho vendido em redes varejistas da região metropolitana de Porto Alegre causou irritação e feridas na boca dos consumidores. A suspeita inicial era de que havia um problema na fórmula do produto. A recorrência dos problemas de saúde fez a vigilância sanitária iniciar uma investigação na fabricante Pepsico. A empresa admitiu que houve uma falha no processo de higienização dos equipamentos que fazem o envasamento, que colocou água e detergente na embalagem do Toddynho.
A imagem do suco de soja sabor uva AdeS é assustadora. E, o que é pior, a gosma tem vida e se multiplica. O caso ganhou repercussão e se tornou um “marketing viral” quando uma consumidora relatou pelo Facebook a surpresa que ela encontrou quando abriu a embalagem da bebida e viu cair uma espécie de cogumelo. A partir daí, outras pessoas começaram a fotografar, relatar e compartilhar a mesma experiência com produtos AdeS. Todos os casos eram idênticos: fungos que estavam se multiplicando dentro da bebida. A fabricante Unilever culpa os "microfuros" na embalagem pela proliferação de bolores ou fungos, que podem aparecer pelo transporte ou armazenamento irregular. A empresa, porém, reforça que não há nenhum erro no processo de produção.
Leite batizado
Em um dos casos mais graves dos últimos anos, cooperados da Parmalat informaram que todo o leite UHT da empresa continha soda cáustica e água oxigenada. O Ministério da Agricultura realizou diversos testes e não detectou a disseminação do problema – mas dois lotes foram recolhidos. A investigação comprovou que a contaminação ocorreu em dois fornecedores de Minas Gerais, onde foram descobertas diversas irregularidades. Outras marcas também foram prejudicadas, mas apenas a Parmalat precisou realizar um forte trabalho de recuperação de imagem pelos danos causados.
Xampu que faz mal à saúde
A Secretaria Nacional do Consumidor, que faz parte do Ministério da Justiça, exigiu o recolhimento das embalagens de um litro dos xampus da linha Avon Care Hidratante por possíveis riscos à saúde. Testes apontaram que uma bactéria poderia provocar um quadro infeccioso aos consumidores com sistema imunológico debilitado, se colocada em contato com a pele e os olhos. A Avon recolheu 558 unidades do produto e contatou as revendedoras para trocarem imediatamente o xampu.
Olha quem veio para o jantar
Uma consumidora de São José dos Campos, cidade do interior de São Paulo, foi surpreendida ao encontrar um rato morto dentro do pacote de cinco quilos de arroz da marca Namorado. Segundo ela, o produto estava lacrado e dentro da data da validade. A SLC Alimentos, fabricante do produto, tentou recolher o pacote para avaliação, mas a consumidora não permitiu que a empresa tivesse acesso e promovesse uma análise. Em nota, a SLC informou que, com base no lote e na data de fabricação, estava rastreando possíveis falhas de procedimento que possam ter ocorrido naquele dia.
Fonte: Veja