O diretor geral do HC (Hospital do Câncer) em Campo Grande, Adalberto Abraão Siufi, preso na manhã desta terça-feira (19), em flagrante, por porte ilegal de arma já está liberado. Seu primo e advogado, Renê Siufi foi chamado, pagou a fiança do médico e ele foi solto por volta das 12h. Adalberto é diretor-geral do HC (Hospital do Câncer) e apontado pelo MPE e MPF como responsável pela concentração dos serviços de oncologia em Mato Grosso do Sul.
A prisão de Adalberto ocorreu na casa dele durante a Operação Sangue Frio - da Polícia Federal e CGU (Controladoria Geral da União) - no cumprimento dos primeiros mandados de busca e apreensão, logo pela manhã. O diretor geral do HC é um dos investigados por desvio de recursos federais do SUS.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no Hospital do Câncer, Neorad (clínica de propriedade de Adalberto e do diretor clínico do HC, Issamir Saffar), escritório de contabilidade, Hospital Universitário da UFMS, empresa que possui contrato com o HU e em residências.
Na casa de Adalberto, os policiais encontraram três armas de uso permitido, mas o médico não possui porte de armas. Também foi encontrada uma quantia elevada em dinheiro. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a superintendência da PF em Campo Grande. Por volta das 11h, o advogado criminalista, Renê Siufi, que é primo de Adalberto, foi até a PF pagar a fiança de mais de R$ 30 mil para liberar Adalberto.
Na saída da delegacia, Adalberto que estava visivelmente abalado, não quis falar com a imprensa.
A Operação Sangue Frio investiga os crimes de formação de quadrilha, fraude em licitação, superfaturamento e corrupção passiva. A delegada da Polícia Federal, Cecília Franco - que está coordenando a operação - informou que nesta terça-feira, oito pessoas foram intimadas para prestar esclarecimentos, sendo que destas, cinco já compareceram a sede da PF.
MPE
No último dia 14 de março o MPE (Ministério Público Estadual) ingressou com ação na Justiça, pedindo afastamento imediato dos diretores do Hospital do Câncer, Adalberto Abraão Siufi, Blener Zan e Wagner Miranda.
O pedido tem com base diversas irregularidades, entre elas: cobrança do SUS de tratamento oncológico em mortos, contratação de integrantes da família Siufi para trabalhar no hospital filantrópico com salários elevados, compra de materiais elétricos de empresa de sócio do hospital e fraude em constituição de empresa.
O pedido está na mesa do juiz da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Homogêneos, Amaury Kuklinsky, concluso para despacho.
MPF
Adalberto Siufi é citado também em investigações do MPF (Ministério Público Federal). Segundo a Procuradoria da República, atualmente a concentração dos serviços públicos de radioterapia no Estado está no Hospital do Câncer Alfredo Abraão e na Santa Casa de Campo Grande, que terceiriza os serviços para a Clínica NeoRad.
Conforme o MPF, o médico atuou para desativar o serviço de radioterapia do HU/UFMS e é o principal beneficiado pela situação. Adalberto é sócio-proprietário da clínica Neorad, era chefe do serviço de oncologia do HU e supervisor do Programa de Residência Médica em Cancerologia Cirúrgica da UFMS, ainda participa ativamente da direção do Hospital do Câncer e era, até pouco tempo, também responsável técnico pelo setor de cirurgia oncológica.
Fonte: Midiamax
Por: Diana Gaúna
Foto Cleber Gellio
