Rubens Barrichello pode fazer, neste domingo (27/11), sua despedida da categoria correndo em casa, diante de seus fãs, em São Paulo. O piloto da Williams teve seu espírito de perseverança elogiado por Sebastian Vettel, Jenson Button e Mark Webber, que salientaram a dificuldade do esportista em saber a hora certa de abandonar a carreira.
"Experiência e juventude na F1: Barrichello teve seu espírito de luta elogiado por Vettel " |
O GP do Brasil de F1, última etapa da temporada 2011, será palco de alguns marcos históricos. Primeiro pelo fato de ser a 40ª corrida da categoria em solo brasileiro e vai representar o 100º GP de Felipe Massa pela Ferrari. Em Interlagos, Sebastian Vettel quebrou o recorde histórico de poles (15) em um só Mundial. E a etapa derradeira do ano poderá marcar também o adeus de Rubens Barrichello ao principal certame do esporte a motor.
Pelo menos por enquanto, o futuro do piloto mais experiente da história da F1 segue indefinido. Não há qualquer previsão para uma renovação com a Williams, equipe pela qual disputou as duas últimas temporadas, e embora negocie com a Renault, futura Lotus, a situação de Rubens é obscura. A esquadra anglo-francesa, comandada por Eric Boullier, tem preferência por Romain Grosjean e Vitaly Petrov, considerando também que Bruno Senna tem lá suas chances, mas corre por fora na luta por uma vaga.
Ainda assim, Rubens tem esperanças, luta e persevera pelo seu objetivo de completar mais uma temporada na F1, o que seria a 20ª, marca histórica e dificilmente seria batida por outro piloto. Para isso, o veterano de 39 anos corre atrás de patrocínio para continuar em 2012. Seu espírito de luta foi elogiado pelos três primeiros do grid do GP do Brasil: além de Vettel, Mark Webber e Jenson Button. Todos, em uníssono, deixaram claro que a eventual saída de Barrichello da F1 seria uma baixa considerável e que o brasileiro faria muita falta. Ambos salientaram também a dificuldade em um atleta saber a hora certa de encerrar a carreira.
O top-3 foi composto por dois pilotos experientes, Button e Webber, e um da nova geração, Vettel. Apesar do choque de gerações, a opinião de todos foi parecida quando o assunto foi Barrichello e sua longevidade no esporte.
Companheiro de Barrichello na Brawn no ano em que conquistou seu único título mundial, Button exaltou a motivação do brasileiro, que vem demonstrando vontade de seguir na categoria mesmo estando prestes a completar 40 anos.
'Esta é minha 12ª temporada, 31 anos. No momento, não, definitivamente não me imagino aqui para outros oito anos, mas há quatro ou cinco anos não esperava estar aqui, então o tempo voa. E como todos nós sabemos, quando nós viajamos, você não para um segundo, os anos passam muito rápido, o que obviamente tem sido com Rubens, é ótimo ver que ele ainda quer correr', salientou o piloto da McLaren, terceiro lugar no grid do GP do Brasil.
'Eu quero muito que ele tenha um lugar para correr no ano que vem. Espero que ele corra no ano que vem porque, até porque, em outro caso, nós vamos perder boa parte do clima para a festa de domingo à noite', disse Jenson, deixando claro que quer festejar o fim da temporada contando com o ex-colega de Brawn no paddock do próximo Mundial.
Assim como Button, Sebastian também deixou claro que deseja a permanência de Barrichello na F1. O bicampeão mundial disse que a motivação do piloto da Williams é algo especial.
'Primeiro de tudo, acho que seria uma pena perder Rubens para o futuro, porque ele pertence a isso aqui. No fim das contas, não acho que o tempo em que você está na F1 signifique, mas Rubens é inspirador, gosto muito dele e de como é inspirador pelo fato de ele amar o que faz.'
'Tenho a impressão que ele está feliz quando acorda pela manhã e vai para a pista, isso não tem nada a ver com idade. Algumas vezes você têm pessoas, não sei, mas de acordo com o que eu tenho visto, que às vezes vemos pessoas nesta idade que estão tristes pelo tempo passar, mas Rubens não tem problema algum com sua idade', falou o germânico. 'Para ele é apenas um número, mas isso não significa nada, ele ainda se sente jovem e renovado, e ele ainda é muito divertido e tem caráter.'
"Amigo de Rubens, Webber lembrou da primeira vitória do brasileiro na F1, em Hockenheim " |
Amigo de Barrichello, Webber se lembrou de um dos momentos mais importantes da carreira do brasileiro para ser mais um a exaltar seu espírito de luta enquanto piloto de F1. 'Rubens tem sido um cara incrível para o nosso esporte, tenha certeza. Ele passou por tempos difíceis, sobretudo em 1994, e também teve alguns grandes momentos. Acho que vê-lo chorando no pódio em Hockenheim depois de uma pilotagem incrível ao largar do fundo do grid é como nós sempre amamos ver Rubens e como ele é sincero com isso. Claro que neste ano ele não teve um carro muito competitivo, mas será ótimo tê-lo entre nós novamente ano que vem.'
A hora certa de parar
Não é fácil para qualquer atleta saber a hora de encerrar a carreira. Muitos jogadores de futebol tratam esse momento crucial e definitivo como se fosse uma 'primeira morte'. Não é diferente no automobilismo. Webber abordou bem o tema ao comentar a possível saída de Barrichello da F1.
'Meses atrás, estava na academia e me encontrei com Frank Bruno, antigo boxeador. Ele conseguiu lutar com Mike Tyson por algum tempo e passou por muitas coisas, e ele foi muito honesto comigo nas últimas vezes em que ele me disse que a grande luta em sua carreira é quando você apenas tenta parar, e isso é para todos nós', falou.
'O lado bom é que, como nós somos competidores, obviamente há alguma arrogância envolvida nisso quando queremos seguir competindo. Mas a fome, o desejo, tudo isso ainda está com Rubens. Não sei se eu precisaria disso. Assim como Jenson Button, eu acho que comecei dois anos depois dele, então agora tenho dez ou 12 anos, então para mim, fazer outros nove, acho que não seria tão sexy aos 45, então acho que provavelmente deixaria isso', brincou o veterano australiano de 35 anos, que deve fazer em 2012 sua última temporada como piloto da Red Bull.
Button também entende que a decisão sobre o término de uma carreira como piloto de F1 é difícil, mas que, uma vez tomada, esta deve ser definitiva, diferente, por exemplo, do que aconteceu com Michael Schumacher, que deixou a categoria em 2006 para voltar no ano passado como contratado da Mercedes. 'Você tem de deixar claro que você está pronto para partir porque se você abandonar [a carreira] muito cedo e tentar voltar, para muitos de nós, eu acho que isso não funcionaria. É difícil quando você decide aposentar se esta é a sua escolha', encerrou o britânico.
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Fonte: msn
FERNANDO SILVA [@Fernando_Silva7] de Interlagos
Por: Warm Up, Warm Up, Atualizado: 27/11/2011