CAMPO GRANDE (MS),

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    25/11/2011

    Índios e produtores fazem acordo para convívio em área de conflito em MS


    Em reunião com MPF, índios concordaram em não interferir nas lavouras.
    Produtores autorizaram permanência dos acampamentos até decisão judicial.


    Força Nacional em acampamento indígena entre Amambai e Aral Moreira 

    Índios da etnia guarany-kaiwá e produtores rurais fizeram um acordo para conviverem na região dos acampamentos indígenas entre Amambai e Aral Moreira, a 402 quilômetros de Campo Grande, até que haja uma decisão da Justiça Federal a respeito da invasão e demarcação das terras. O compromisso foi firmado durante uma reunião com o procurador do Ministério Público Federal de Ponta Porã, Thiago Santos, nessa quinta-feira (26/11).

    Nesta sexta-feira (26/11) faz uma semana do desaparecimento do cacique de 59 anos do acampamento indígena. O local foi alvo do ataque de pistoleiros que atiraram com armas de balas de borracha na sexta-feira (18). Os índios afirmam que o corpo do líder religioso foi colocado em uma caminhonete e levado do local. Outras duas pessoas ficaram feridas.


    De acordo com a assessoria de imprensa do MPF-MS, ficou acordado que os guarany-kaiwá não vão interferir nos trabalhos agrícolas nas fazendas invadidas e os produtores autorizaram a permanência dos acampamentos.

    No final do encontro, os representantes de ambas as partes assinaram uma ata com os compromissos firmados, segundo a assessoria do MPF.

    A área, que tem cerca de 20 hectares, está em estudo para identificação de terras indígenas. Segundo informações da Fundação Nacional do Índio (Funai), é a terceira vez que o grupo ocupa o local desde 2008, quando o MPF/MS firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para iniciar os procedimentos antropológicos na região.


    Investigações


    A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso. Peritos colheram fragmentos de munição e vestígios de sangue. O laudo deve mostrar se o material colhido é humano. Também foi coletado material genético de parentes do cacique para fazer a identificação, caso o corpo seja encontrado.



    Fonte: g1/MS
    Por: Ricardo Campos Jr./Do G1 MS
    Foto: Tatiane Queiroz/G1 MS