CAMPO GRANDE (MS),

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    27/03/2017

    OPINIÃO| O socialista profundo, fanfarrão e estatólatra

    Guilherme Boulos, do MTST, preso em janeiro deste ano. Paradoxalmente, foi agraciado com uma condecoração no Congresso Nacional.
    É quase inconcebível pensar que o estado brasileiro, sendo tão caótico, corrupto, deficiente e ineficiente, tenha plenas capacidades para gerir o que quer que seja. Não obstante, existe aquele indivíduo que pensa que o estado não apenas pode, mas pretende de fato acabar com todas as desigualdades existentes hoje na sociedade. E sua ingenuidade é tão descomunal que ele realmente acredita nas “boas intenções” do estado.

    Colocar todas as esperanças em cima do estado, e pensar que ele vai, de fato, resolver os seus problemas, os problemas da população, dos pobres, dos oprimidos, dos sem-teto, e de quem mais caberia – tecnicamente – ao estado auxiliar, é uma ilusão tão frívola quanto descomunal: ela castiga de maneira visceral a independência do brasileiro comum, e acima de tudo, da classe produtiva da sociedade, que precisa arcar com uma exorbitante carga tributária para sustentar os luxos que o estado quer garantir para si próprio, além das verbas que supostamente atenderiam as necessidades sociais de parcelas carentes da população. Não obstante, no final das contas, o estado acaba direcionando quase tudo para a sua própria manutenção. Ao enxergar no estado a solução para todos os problemas – além de criar letargia, ineficiência, inaptidão e corrupção – o estatólatra, ao fomentar a inútil ideologia de “mais estado”, acaba gerando uma irreversível espiral de problemas ainda maiores. 
    A grave recessão causada pelo governo socialista de Dilma Rousseff contribuiu para uma geral desmoralização da esquerda no país.

    Para o estatólatra, a iniciativa privada é a fonte de todo o mal, e o estado – que em sua visão de mundo é puro, imaculado, sacrossanto e justiceiro –, vem a ser o infalível baluarte capaz de corrigir e reverter todos os malefícios sociais causados por uma classe empresarial “corrupta”, “malévola” e “capitalista”, que explora o pobre trabalhador, que deve aninhar-se nos braços do governo, esta graciosa entidade sacra detentora de infinita benevolência, sempre disposta a protegê-lo contra todas as injustiças. O estatólatra realmente acredita nisso. Não apenas porque é ingênuo. Ele foi ludibriado, e sofreu uma ostensiva campanha de lavagem cerebral estatal. Para o estatólatra, é fundamental sacralizar políticos e canonizar os indivíduos de sua coligação. Para ele, estes homens são incólumes e sacrossantos heróis sociais, baluartes da justiça contra um mundo capitalista voraz, sádico, ganancioso e desumano. Só que eles enxergam o mundo em preto e branco. Na sua letárgica opacidade política, enquadrada por uma visão de mundo tão simplória quanto míope, a complexidade das causas e das consequências é simplesmente incompreensível. É mais fácil ler O Manifesto do Partido Comunista, e achar que o mundo seria maravilhoso se todos aplicássemos Marx e Engels em nossas vidas, ou se o estado nos obrigasse a tal. 

    Mas o que realmente acontece?

    A verdade é que quem paga a visceral, abusiva e dilacerante carga tributária que sustenta o estado não é senão a iniciativa privada. Afinal, o estado não paga impostos (porque iria para ele, de qualquer maneira). E o estado é o maior promotor da desigualdade que existe hoje na sociedade. É possível ver parlamentares, senadores e deputados com salários irrealistas de trinta e três mil reais por mês, com um enorme cabedal de benefícios adicionais. Quem, na iniciativa privada, ganha salários e benefícios dessa amplitude? Mesmo empresários não conseguem ter um pró-labore com 1/8 desse valor. E, diga-se de passagem, a classe empresarial, ao contrário das classes política e trabalhista, além de ser profundamente demonizada por estas duas, é a única a não possuir nenhum tipo de benefício. Mas, como contraponto, são os verdadeiros geradores de riquezas, emprego e trabalho no país. 

    O estado sempre se faz de vítima das circunstâncias, enquanto formata a iniciativa privada como o grande catalisador de todos os malefícios da sociedade. E a população acredita nessa ilusão, que vende o estado como sendo a fonte de todas as grandes inspirações e benções das quais a humanidade pode usufruir. E, no entanto, convenientemente esquece que o setor produtivo da sociedade é o verdadeiro responsável por gerar empregos e riquezas. O estado serve apenas para espoliar essas riquezas. É essencialmente um parasita, que pouco faz e tudo leva. 
    Se medidas econômicas ostensivas não forem tomadas rapidamente, Brasil corre o risco de tornar-se uma próxima Venezuela.
    Os socialistas, no entanto, além de vislumbrarem a prosperidade como sendo algo maligno, esquecem que, ao lutar pela erradicação do trabalho, de empresas, companhias e pequenos negócios, estão comprometendo o futuro, o sustento e a qualidade de vida de todas as pessoas que seriam beneficiadas pelos empregos gerados. Em sua simplória visão de mundo, acreditam que o estado irá dar comidinha na boquinha dos pobres e dos oprimidos – que para os socialistas, são todos aqueles que não fazem parte da terrível, abominável e promíscua “aristocracia letal exploradora” – e tudo o mais deve ser dissolvido, diluído, destruído e suplantado. O estado deve dilacerar a produtividade e as riquezas, e cuidar de tudo e de todos. Esta cômica e hilariante visão de mundo é não apenas ostensivamente simplória, mas tão obtusa que esquece de levar em consideração o fato de que o estado não apenas não têm interesse algum de cuidar de absolutamente ninguém: em sua total displicência e corrosiva negligência, compete ao estado zelar e gerir única e exclusivamente os seus próprios interesses. 

    O estatólatra é um indivíduo que renunciou a Deus, e vê o estado como sendo Deus. Com toda a lavagem cerebral que sofreu, ele não tem mais capacidade de raciocínio ou discernimento para ver as coisas de uma forma clara. Ele é um idiota útil escravo do estado, e deseja submeter todos a esta mesma escravidão. Ele não é livre, e deseja subjugar a todos da mesma forma como foi subjugado. O que na prática significa, de uma forma ou de outra, empobrecer completamente a tudo e a todos, e enriquecer o estado (como o que de fato foi feito, no governo socialista de Dilma Rousseff, que deflagrou a maior recessão da história deste país). O idiota útil não têm capacidade para perceber que é apenas um peão, treinado e condicionado para lutar contra os interesses da população e enriquecer a elite governamental. Que ficará cada dia mais rica. Ou ultra-rica. Em grande parte, graças a atuação do estatólatra, o idiota útil que trabalha gratuitamente para enriquecer o estado. 


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