CAMPO GRANDE (MS),

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    07/12/2016

    OPINIÃO| WikiLeaks quer provas de que Julian Assange está vivo

    Fundador do WikiLeaks não é visto desde o mês de outubro

    Julian Assange, fundador da WikiLeaks, está desaparecido desde outubro

    Julian Assange, o notório editor, jornalista, polemista e ciberativista australiano fundador do WikiLeaks – controverso e polêmico website que disponibiliza relatórios governamentais confidenciais e sigilosos, que tornou acessível a internautas do mundo inteiro informações sobre transações e operações ilícitas, além de atividades escusas e questionáveis executadas pelos principais poderes políticos globais – aparentemente não foi mais visto depois de 3 de outubro, dias antes do senador americano John Kerry ir à embaixada do Equador em Londres, onde Assange estaria exilado, e teria sido visto pela última vez. Na metade do mês de outubro, John Kerry teria chegado a Londres em circunstâncias nebulosas, exigindo que lhe fosse entregue Julian Assange. 

    A partir de então, uma série de ocorrências bizarras e inextrincáveis se sucederam, todas elas inexplicáveis, e nenhum esclarecimento foi dado sobre o paradeiro de Julian Assange. Tudo o que resta são especulações. Fatos confirmados revelam o seguinte: em algum momento, neste período, cortaram de Assange o acesso à internet. Isto teria sido realizado na embaixada equatoriana como uma forma de amenizar as divergências políticas dos referidos países, e manter a neutralidade, para desta maneira não expressar nenhum tipo de favoritismo. Ao perder contato com Assange, o comitê da WikiLeaks começou a publicar mensagens criptografadas em sua conta no twitter, ativando logo depois um plano de contingência, que acusava a incerteza do comitê com relação ao seu paradeiro e a sua segurança pessoal. Sem respostas ou confirmações diretas do seu mentor, tornou-se evidente para os integrantes do WikiLeaks que Julian Assange estaria correndo algum tipo de risco. No dia 18 de outubro, Julian Assange apareceu em uma reportagem da Fox News, que veiculava o fato de que muito em breve ele seria preso. 

    Assange foi visto pela última vez na embaixada do Equador, em Londres, onde era exilado político 

    Não obstante, depois disso, Julian Assange não foi mais visto. Apoiadores e entusiastas do WikiLeaks passaram a exigir explicações, além de provas que confirmassem que ele estava vivo. Depois que a organização suavizou sobremaneira suas preocupações e prioridades concernentes ao bem-estar de Assange, e passou a exigir dos usuários que parassem de solicitar informações sobre a segurança e o bem-estar do seu fundador, especulações começaram a circular pelas redes sociais, cogitando a possibilidade da WikiLeaks ter sucumbido ao controle de algum governo estrangeiro. Até mesmo a CIA foi apontada como responsável, acusada de ser a agência exercendo o real controle sobre a WikiLeaks. Quando a própria WikiLeaks publicou um dossiê online que aparentemente revelava como estava Julian Assange – informando que ele encontrava-se muito bem, ainda resguardado na embaixada do Equador, em Londres, onde recebera asilo político – isso gerou uma série ainda mais bizarra e intensa de rumores e especulações, em larga escala, pela web global. O padrão não ortodoxo da revelação aos internautas, a ausência de fotos, vídeos, ou evidências realmente concretas que indicassem com veracidade o paradeiro e a situação de Assange, fizeram milhares de internautas desconfiarem ainda mais do WikiLeaks, o que levou muitos a divagarem quem realmente estaria no controle da conta do WikiLeaks no twitter. Não obstante, a ocorrência contínua de eventos bizarros não deixaram dúvidas de que algo muito estranho de fato está acontecendo. Usuários do twitter que exigiram da organização a confirmação de autenticidade através do sistema de código foram bloqueados pela WikiLeaks. Sim, coisas muito estranhas estão em curso, e não é exagero nenhum suspeitar de uma possível conspiração que envolva a posse da WikiLeaks por uma força hostil, e o desaparecimento – ou até mesmo assassinato – de Julian Assange.

    Alguns dias depois, um suposto vídeo de Assange em uma conferência foi publicado. Não obstante, Julian Assange não aparece no vídeo. Apenas sua voz é audível. No entanto, os internautas não se convenceram, e o vídeo gerou mais dúvidas e desconfianças do que confirmações, como qualquer pedaço de suposta evidência, publicado para comunicar o fato de que Julian Assange está vivo. E que na verdade, em função de severas e drásticas inconsistências, acabam não confirmando absolutamente nada. 

    Não obstante, é fato que isto gerou inúmeras e divergentes teorias da conspiração, e todas elas vão por inúmeros e inóspitos caminhos. Diversos internautas suspeitam que isto na verdade foi orquestrado pelo próprio Julian Assange, que teria muito a ganhar – e em muitas frentes – elaborando um plano audacioso para fazer todos pensarem que ele na verdade está morto. Além de possíveis ganhos financeiros e políticos, o principal elemento que poderia levá-lo a executar um plano desta magnitude, na verdade, seria o benefício de sua própria segurança.

    Residente permanente da embaixada equatoriana em Londres, depois desta ter-lhe oferecido asilo político, em função de seus problemas legais com os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos, todos em função de documentos governamentais confidenciais levados a público pelo trabalho do WikiLeaks, uma ameaça de extradição para a Suécia deixou Assange apreensivo, em função da possibilidade de ser eventualmente extraditado para os Estados Unidos. Não muito tempo depois, até mesmo a ONU chegou a intervir no caso – no entanto, a favor de Assange – acusando os seus inimigos políticos de estarem mantendo o fundador da WikiLeaks sob regime de detenção arbitrária. 

    Depois do vazamento e da publicação de uma série de documentos que comprometeram a integridade da campanha presidencial de Hillary Clinton – dentre estes os notórios e-mails de Podesta – considerar Julian Assange como um possível homem morto passou a ser tão plausível quanto inevitável. Ao prejudicar os americanos, disponibilizando arquivos governamentais confidenciais profundamente comprometedores – arrumando, de praxe, um inimigo cínico e brutal demais para ser enfrentado por um único homem –, o que pode ter sido o catalisador de um dos maiores escândalos políticos do século, não é exagero algum afirmar que Julian Assange assinou uma sentença de morte. Na mira de diversos governos, tendo se tornado um alvo prioritário desde que fundou a WikiLeaks, Julian Assange há uma década está com a cabeça a prêmio. Não obstante, há muito mais nesta história do que olhos treinados são capazes de perceber.

    Teorias e especulações à parte – de fato, existem inúmeras delas, e uma das mais comentadas é a de que Julian Assange teria sido levado incógnito aos Estados Unidos, onde possivelmente seria torturado, e depois morto – uma coisa é certa: ninguém, em parte alguma, sabe onde está Julian Assange. Se ele continua na embaixada do Equador, em Londres – de acordo com outra corrente especulativa –, por que não tiram um foto dele? Por que não gravam um vídeo? Por que não fazem alguma coisa, para demonstrar que ele está vivo, e assim acabar com toda esta controvérsia, de uma vez por todas? Por que relutam tanto em dar provas, ou fornecer evidências, que indiquem que Assange está vivo? A resposta é bem simples. Nada disso é feito porque ninguém sabe onde está Julian Assange. E quem quer que o tenha sob custódia, não irá se revelar, até porque Assange não está nas mãos de alguma pequena organização, ou refém de sequestradores convencionais. O homem mais procurado do mundo, visado por governos poderosos – especialmente os Estados Unidos – provavelmente, a esta hora, não está nem sequer entre os vivos, deve fazer um bom tempo. E só Deus sabe quem realmente está no controle da WikiLeaks.






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