Álvaro Urt teve pedido de registro de candidatura indeferido pelo TRE-MS logo após ser cassado pela Câmara Municipal
Em menos de um mês a vida pública de Álvaro Urt entrou em um inferno astral. Cassado do cargo de prefeito de Bandeirantes - cidade localizada a 70 km de Campo Grande - pelos vereadores no fim de setembro e com a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral no começo desse mês, o político agora é alvo de bloqueio de bens.
Urt terá R$ 74.175 bloqueados em suas contas bancários pela Justiça estadual após o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ingressar com pedido liminar para tal. O valor se refere a bens imóveis que ele possui em seu nome.
Além disso, o juiz Daniel Foletto Geller determinou que, no prazo de cinco dias, Urt remova fotos e conteúdos de sua rede social por considerar que houve violação ao princípio da impessoalidade e da ideia de publicidade institucional. Caso haja descumprimento da medida imposta, será aplicada multa diária de R$ 500.
O prefeito cassado é alvo de ação civil por improbidade administrativa após inquérito constatar possível violação ao princípio da impessoalidade na divulgação de atos do município. Na ação, o MP aponta a utilização indevida da página do Facebook da prefeitura de Bandeirantes por parte do réu, para se promover.
O uso teria ocorrido especialmente em período de calamidade pública decorrente da pandemia da covid-19. Também foi expedida recomendação durante o período anterior a ação pedindo que ele parasse de se promover na página. Agora, fotos e demais conteúdos que apontem autopromoção na página terão que ser removidas em cinco dias.
A candidatura de Urt foi indeferida pelo TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) e está sob recurso atualmente. Ele foi cassado pela Câmara Municipal ao ser acusado de cometer três crimes contra a administração pública. Álvaro era investigado por crimes de peculato, fraude em licitação, falsidade e corrupção.
Em junho deste ano, o prefeito foi alvo da Operação Sucata Preciosa, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e do Bope (Batalhão de Choque de Operações Especiais).
A investigação do Ministério Público apontou que tratava-se de celebração de contratos com empresas privadas para manutenção de veículos da frota municipal, onde foi apurada a emissão de notas “frias”, já que serviços não teriam sido prestados, com parte da frota sucateada nos pátios das Secretarias de Obras e Saúde.
Fonte: CAMPO GRANDE NEWS
Por: Nyelder Rodrigues
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