CAMPO GRANDE (MS),

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    14/06/2020

    Em visita da OPAS, secretário prega cautela para não afetar “bons resultados"

    Titular da Segov, Eduardo Riedel disse que Estado não deve abandonar cuidados que o fizeram referência no enfrentamento à covid-19

    Secretário Eduardo Riedel reunido com equipe de Emergência em Saúde da OPAS ©Divulgação/OPAS
    O titular da Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica), Eduardo Riedel, disse que o momento da pandemia de novo coronavírus em Mato Grosso do Sul ainda requer cautela.

    A fala foi no contexto de visita da equipe de Emergência em Saúde da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) ao Estado. Técnicos da entidade vinculada à OMS (Organização Mundial de Saúde) trabalharam em cooperação com o governo sul-mato-grossense na elaboração de um plano e critérios para ajuste de medidas não farmacológicas de enfrentamento à pandemia, como distanciamento social e restrição de viagens.

    “Embora Mato Grosso do Sul tenha recebido reiterados elogios sobre a conduta de enfrentamento ao novo coronavírus, o momento ainda requer cautela. Não podemos prejudicar os bons resultados conquistados até agora abandonando os cuidados que nos colocaram como referência no combate à pandemia. Para uma retomada segura das atividades, a opinião dos especialistas da saúde é fundamental”, disse Riedel, em entrevista ao site oficial da OPAS.

    Ao portal do governo de Mato Grosso do Sul, a coordenadora do núcleo de Emergência em Saúde da OPAS, Maria Almiron, disse que a visita da equipe serviu para “subsidiar em alguns conceitos técnicos e apresentar a experiência que temos de outros países e outros estados”.

    Maria completou que “o governo do Estado está trabalhando fortemente para ter esses critérios [para medidas não farmacológicas] ajustados”.

    Indicadores - Em abril, a OPAS lançou guia técnica com considerações sobre ajustes nas medidas de distanciamento social, a fim de auxiliar governos na tomada de decisões.

    O documento enumera indicadores que devem ser levados em conta para flexibilização ou endurecimento nas medidas de enfrentamento à pandemia. Um deles é o número de reprodução efetivo, resumido pela sigla “Rt”, que calcula o nível de transmissibilidade do vírus com base nos avanço de casos confirmados e mortes. Valores superiores a 1 indicam propagação desenfreada do vírus.

    Segundo dados de monitoramento do grupo Covid-19 Analytics, da PUC-Rio, o Rt de Mato Grosso do Sul hoje está em 1,51, ou seja, acima do considerado ideal.

    A OPAS aconselha ainda que uma tendência de queda para Rt em direção a 1, ao longo de 14 dias, justificaria o início de um processo de redução das medidas restritivas.

    A guia técnica da OPAS aponta que, se a decisão de afrouxamento é tomada, cada etapa deve se estender por pelo menos 14 dias. O intervalo é o ideal para identificação de alterações epidemiológicas no tempo correspondente ao período máximo de incubação (tempo entre a exposição à covid-19 e a percepção dos primeiros sintomas).

    Outro indicador que advoga contra medidas de flexibilização no Estado é o teto de 5% na proporção de casos confirmados entre os notificados, por um período superior a 14 dias. A taxa atual em Mato Grosso do Sul é de 15,5% de testes positivos.

    O Estado também não se encaixa na indicação de queda contínua de internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) atribuíveis à covid-19, por no mínimo 14 dias. Hoje, 30 pacientes confirmados ou suspeitos ocupam estes leitos, número que, há uma semana, era de 18.

    Fonte: CAMPO GRANDE NEWS
    Por: Jones Mário



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