CAMPO GRANDE (MS),

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    25/03/2020

    CAPITAL| Prefeitura decreta toque de recolher após às 20h a partir desta quinta-feira (26)

    Horário muda nos fins de semana, como punição a desobediência de comerciantes

    ©DIVULGAÇÃO
    Depois de quase duas horas de conversa com comerciantes, o prefeito Marquinhos Trad assinou decreto que amplia o toque de recolher em Campo Grande a partir de amanhã (26). Agora, o comércio terá de fechar às 20h e só abrir às 5h aos fins de semana.

    A medida só vale para quintas, sextas, sábados e domingos. De segunda a quarta, segue a suspensão de 22h às 5h.´"Detectamos que o pico de movimento e, consequentemente, desrespeito à medida, é nesse dias", explicou Marquinhos.

    Segundo o prefeito, as declarações do presidente Jair Bolsonaro, na note de ontem (24), fizeram aumentar os casos de desrespeito ao toque de recolher em Campo Grande, que já eram mais de mais de 250 denúncias por dia. “Incentivados pela declaração do presidente, muita gente resolveu desrespeitar as regras”, reforçou o prefeito.

    Mas, Marquinhos já havia cogitado essa possibilidade antes mesmo do pronunciamento de Bolsonaro, que amenizou os riscos e pediu a volta as aulas e funcionamento do comércio. Desde o início do toque de recolher, ele reclama de donos de bares e conveniências que continuam abertos, principalmente, na periferia. "Pessoas insistem em ficar nas ruas, não tem jeito, vou mandar prender", avisou.

    Se não dá pela orientação, nem pela fiscalização, ele diz que será pelo método mais “dolorido”.

    Ainda sem casos de morte na cidade em Mato Grosso do Sul, o contágio segue avançando. Dos 24 casos já confirmados no Estado, 22, ou seja, 90%, são em Campo Grande.

    Ainda há que se pontuar a imprecisão dos dados oficiais. Estimativas vem sendo apresentadas, mundo afora indicando que, para cada caso confirmado, podem haver pelo menos 10 não notificados. Ou seja, muita gente está andando por aí, desobedecendo a quarentena e espalhando o micro-organismo.

    “Estou preocupado com os números”, disse ao Campo Grande News o prefeito Marquinhos Trad, no fim da manhã, enquanto analisava junto a assessores como agir na situação. Em resumo: como obrigar as pessoas a ficar em casa.

    Interesse coletivo - “Havendo conflito entre direitos fundamentais, prevalece o de natureza coletiva”, com essa frase o procurador-geral do Município, Alexandre Ávalo, explica a saída encontrada. A base legal é a lei maior do País, a Constituição.

    O artigo 5º, que trata dos direitos fundamentais, estabelece a saúde como um deles. E se a saúde pública está em risco em detrimento de outros direitos, é o interesse do coletivo que vai prevalecer, observa o procurador.

    As autoridades têm repetido, o tempo todo, a gravidade da situação. O receio é que os casos sejam tantos que o sistema de atendimento médico, público e privado, simplesmente sofra colapso. A forma mais severa da doença afeta o pulmão e leva as pessoas à morte, se não for tratada a tempo.

    Fonte: campograndenews
    Por: Ângela Kempfer



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