CAMPO GRANDE (MS),

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    14/11/2019

    Distribuidora prevê crescimento de carros elétricos no Brasil até 2030

    Veículos elétricos vão representar 5% da frota brasileira em 2030

    ©DIVULGAÇÃO
    Os planos da distribuidora EDP Brasil são ambiciosos para os veículos elétricos no país. Entre 2019 e 2022, a empresa pretende utilizar todo corpo técnico, incluindo profissionais e ferramentas, para instalar 30 eletropostos na região Sudeste a um custo de R$ 32,9 milhões. A área de cobertura compreende todo o estado de São Paulo, onde está metade da frota de carros elétricos do país e 30% do mercado de automóveis.

    Um próximo passo é instalar postos para veículos elétricos nas principais estradas que partem da capital (Rodovias Tamoios, Imigrantes, Carvalho Pinto, Dom Pedro, Governador Mário Covas e Washington Luís). Com a medida, os motoristas poderão trafegar por várias cidades brasileiras -- como de ir de Vitória a Joinville apenas com os automóveis elétricos -- sem provocar danos ao meio ambiente.

    Empresas que investem no setor buscam ocupar um lugar privilegiado no desenvolvimento de inovações tecnológicas, já que o número de automóveis elétricos no país é extremamente baixo. Em 2018, eram 11 mil unidades, ou 0,025% da frota total, segundo o Sindipeças (Sindicato de Fabricantes de Peças). De janeiro a agosto deste ano, houve um crescimento de 38%, e, hoje, o número é de 15 mil unidades. Se chegar a esse feito, teremos 2 milhões de carros e cerca de 400 mil pontos de carregamento.

    Até 2030, de acordo com o Boston Consulting Group (BCG), os veículos elétricos representarão 5% de toda frota, com uma venda de 180 mil unidades por ano. Parece um número baixo, mas o país tem proporções continentais e, dentro desse universo, 5% já é um número representativo, incluindo postos de abastecimento e sistemas de carregamento residenciais.

    E não são só as empresas que percebem o potencial de crescimento do setor. O próprio governo brasileiro investe em iniciativas de mobilidade elétrica. Em 10 de setembro deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou 30 das 38 propostas do Projeto Estratégico de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D nº 22: “Desenvolvimento de Soluções em Mobilidade Elétrica Eficiente”.

    De acordo com a agência, “os investimentos aprovados totalizam R$ 463,8 milhões, incluindo uma contrapartida de R$ 72,2 milhões das empresas envolvidas. Os outros R$ 391,6 milhões serão providos pelo Programa de Pesquisa e Desenvolvimento gerido pela ANEEL, a partir do disposto na Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) são orientados para subtemas estratégicos ou prioritários, buscando estimular o desenvolvimento de inovações tecnológicas”.

    Os veículos elétricos ganharam maior tração em 19 de junho de 2018, quando entrou em vigor a Resolução Normativa nº 819/2018, primeira regulamentação sobre a recarga de veículos elétricos por interessados na prestação desse serviço (distribuidoras, postos de combustíveis, shopping centers, empreendedores etc).

    Os carros elétricos, contudo, serão restritos a uma pequena parcela da população. Apesar de garantir uma economia de 25% no abastecimento e não emitir gases poluentes, o veículo pode fazer a conta de luz ser consideravelmente mais alta. Além desse fator, tem o preço: o veículo urbano JAC iEV 20 é o mais barato do país e chega a custar R$ 119.900. A expectativa é que o valor seja mais baixo com o decorrer dos anos. Há um ano, o veículo mais barato no país era o BMW i3, com valor de R$ 200 mil.



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