CAMPO GRANDE (MS),

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    27/11/2019

    Deputado Pedro Kemp questiona secretária sobre fechamento de escolas, defende professores e eleição para diretor

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    O deputado Pedro Kemp (PT) criticou o Governo do Estado pelo anúncio, no final do ano letivo, sobre o fechamento de escolas estaduais sem ao menos abrir diálogo com alunos, pais e professores das escolas estaduais. Na terça-feira (26), representantes da comunidade da Escola Advogado Demosthenes Martins, do Otávio Pécora, estiveram na Assembleia Legislativa, onde protestaram contra a medida e pediram o apoio dos deputados. Kemp lembrou da escola estadual Professor Carlos Henrique SchradeR, no Flamboyant, que tem Ensino Médio e atende os jovens da aldeia urbana Marçal de Souza. “Se fechar os alunos terão que pegar ônibus para estudarem na escola mais distante. Já a escola Demosthenes Martins ficou em 13º lugar no Ideb e atende alunos especiais. É preciso rever isso”, disse Kemp, que é presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa. Diante dessa situação, ele apresentou um requerimento convocando a secretária de Educação para explicar na tribuna o porquê de estar fechando 15 escolas e não abrir diálogo com a comunidade antes de tomar a decisão para colocar a sociedade a par do assunto.
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    A reunião com a secretária de Educação, Maria Cecília Amêndola, aconteceu hoje (27), com os deputados estaduais. Mas, foi realizada a portas fechadas, na Presidência da Assembleia Legislativa a pedido da Casa de Leis.

    Sobre o chamado reordenamento de escolas da Rede Estadual de Ensino, ela disse que hoje o Estado já tomou a decisão. O motivo seria ampliar as escolas em tempo integral. MS, segundo ela, tem mais de 50 escolas que oferecem tempo integral e a previsão é a implantação de mais 20 para o próximo ano. De 2015 para cá foram 16 mil alunos a menos. “Se pegar desde 2010, a redução foi de 52 mil alunos. Com esses números, daria para desfazer 72 escolas, mas esse não é o caso”, disse gestora.

    Professores X sucateamento

    “Eu não sei se o Estado está quebrado, se faliu porque as últimas medidas foram redução de salário de professores. Onze mil professores convocados, ou seja, a maioria dos professores teve a redução de 32 % no seu salário. Isso é um terço do salário de um professor que foi reduzido”, disse Kemp.

    “ Estive numa escola essa semana e alguns professores vieram falar comigo e disseram que não vão mais dar aula. Disseram que a luta não é fácil e com a redução de R$ 1 mil reais no salário, isso foi um impacto muito grande na família. Uma professora me disse que ela e o marido venderam o carro e vão abrir seu próprio negócio porque não dá pra ter uma dedicação de professor que não condiz com todo esforço e o trabalho em sala de aula", completou.

    Eleição para diretor

    Além de reduzir o salário, o Governo do Estado encaminhou para a Assembleia um projeto que acaba com a eleição para diretor de escola. “Eu não sei porque os governos de direita não gostam da democracia. Gestão democrática nas escolas é algo consagrado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e no Plano Nacional de Educação e em todos os planos estaduais. Em MS, temos uma lei que regulamenta as eleições”.

    Segundo Kemp, o Governo se posicionou pelo fim da proposta mas, os deputados estaduais conseguiram barrar a medida em uma reunião. “O Governo não contente está retirando as escolas de tempo integral das eleições para diretores e também nas escolas indígenas e nas conveniadas”, explicou.

    “Por que a comunidade escolar lutou pela eleição? Para acabar com diretor cabo eleitoral de governador e de deputado na escola. É isso que o Governo quer fazer, voltar aquela época que os diretores eram cabos eleitorais. Pra mim é a vontade do Governo do PSDB de indicar diretores porque as escolas já funcionam com a eleição para diretores há 30 anos. O diretor tem compromisso com a comunidade e não, com partido A, B ou C. Pra mim é um atraso, um retrocesso, voltar à época do apadrinhados políticos”, finalizou Kemp.

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    Por: Jacqueline Lopes 



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