CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    10/11/2019

    Carreata em cidades na fronteira de MS comemora renúncia de Evo Morales

    Comitês festejam saída de presidente em meio a greve geral e protestos contra fraudes em eleição; fronteira segue fechada

    Bolivianos foram às ruas na fronteira com MS comemorar renúncia de Evo ©Leonardo Cabral/Diário Corumbaense
    A renúncia do presidente Evo Morales foi comemorada na fronteira da Bolívia com Mato Grosso do Sul neste domingo (10). Uma grande carreata percorreu as ruas das cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, vizinhas a Corumbá –a 419 km de Campo Grande. Apesar da celebração, os organizadores da greve geral que paralisa o país vizinho aguardam um documento oficial para encerrar o movimento.

    Evo renunciou neste domingo, em meio a protestos que se acirram pelo país pedindo novas eleições, 20 dias depois de a votação geral no país conferir ao presidente um quarto mandato –em um processo recheado de críticas e suspeitas de fraudes, inclusive com apontamentos da OEA (Organização dos Estados Americanos), não sendo aceito pela oposição. Três pessoas já morreram em meio às manifestações contra a reeleição de Morales.

    Além dele, o vice, Álvaro Garica Linera, deixou o cargo. A presidente do Supremo Tribunal Eleitoral da Bolívia, Maria Eugênia Choque Quispe, também renunciou e foi presa no início desta noite por conta das supostas irregularidades –de acordo com o jornal El Deber, ela tentava deixar La Paz, a capital boliviana, vestida como um homem.

    Adriana Salvatierra, a presidente do Senado, e Víctor Borda, presidente da Câmara de Deputados, também apresentaram suas renúncias. Eles eram os próximos na linha sucessória –que, agora, caberá aos vices-presidentes das duas Casas Legislativas.

    Conforme o jornal Diário Corumbaense, uma grande carreata percorreu a região de fronteira com Corumbá neste domingo próximo à Ponte da Amizade. Presidente do comitê cívico de Puerto Quijarro, Marcelito Moreira considerou esta “uma tarde histórica para o nosso país”, manifestando a vontade de 80% dos bolivianos que foram às ruas “A Bolívia vai seguir vivendo na democracia e não vamos permitir que outro presidente entre e queira permanecer como um ditador por 20, 30 ou 40 anos”, afirmou.

    Moreira reiterou que, mesmo com a renúncia, a fronteira seguirá fechada até o comitê cívico de Santa Cruz, que lidera a mobilização, determinar o fim do protesto ou a posse de um novo presidente interino. Filho de bolivianos mas brasileiro e morador de Corumbá, Djavan Rocha Ayala se juntou com movimento. “Acredito que daqui pra frente a situação deverá melhorar, isso porque dependemos dos dois lados da fronteira”.

    Por: Humberto Marques



    Imprimir