CAMPO GRANDE (MS),

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    10/09/2019

    Trabalhadores dos Correios decretam greve nacional

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    Em assembleias realizadas na noite desta terça, 10, os trabalhadores dos Correios decretaram greve nacional. Em todos os estados - e no distrito federal – as assembleias deliberaram pela paralisação a partir da zero hora desta quarta (11). Segundo a federação nacional da categoria, a direção da empresa recusa qualquer negociação.

    Reajuste salarial – A direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) oferece 0,80% de reajuste. Com uma inflação acumulada de 4% no período, os funcionários teriam uma perda de mais de 3% no poder aquisitivo do salário. Além do reajuste abaixo da inflação do período, a empresa quer reduzir o número de tickets alimentação, acabar com vale cultura, e retirar outras cláusulas sociais do acordo coletivo.

    No Mato Grosso do Sul a greve foi aprovada na assembleia realizada à pouco em Campo Grande. Segundo a presidente do SINTECT-MS, Elaine Regina Oliveira, a intransigência da direção da empresa não deixou outra alternativa pois o governo quer impor um arrocho salarial que – somadas às perdas das cláusulas sociais que a empresa quer promover – significa um “retrocesso brutal” na remuneração dos trabalhadores dos Correios, que já recebem o menor salário entre as estatais federais. 
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    Elaine diz ainda que é preciso se desfazer “mitos” que são divulgados sobre os Correios, pois é uma empresa lucrativa. “Nos dois últimos anos foram R$ 700 milhões de lucro líquido. A ECT repassa dinheiro para o governo federal a título de dividendos pois o governo é o acionista. É realmente um mito que os Correios representem algum ônus para o governo. É o contrário, o governo é que retira dinheiro dos Correios”.

    Segundo Elaine nunca se viu uma direção da empresa tão intransigente, a ponto de recusar a proposta do TST, Tribunal Superior do Trabalho, que propôs a prorrogação do atual acordo coletivo de trabalho por 30 dias, para que as negociações tivessem continuidade num clima de tranquilidade e se pudesse chegar num consenso. “É a direção da empresa e o governo Bolsonaro que estão apostando numa radicalização. Querem impor de qualquer maneira uma redução real em nosso poder aquisitivo, que já é pequeno. Nessa circunstância não restou outra alternativa: greve nacional por tempo indeterminado.”

    Para Elaine o governo tem apenas três objetivos em mente: reduzir o poder aquisitivo dos salários, retirar direitos e privatizar. “Não há nenhum projeto nacional, nada, apenas a vontade de maximizar, aumentar na marra, o lucro das grandes corporações e dos bancos. A recriação da CPMF, com alíquota de 0,40% nos depósitos e saques bancários vem no mesmo sentido.”

    Ela informa também que a paralisação foi aprovada em todos os estados.  



    ASSECOM/SINTECT-MS



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