CAMPO GRANDE (MS),

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    30/09/2019

    MIRANDA| Prefeito interino é acusado de compra de votos em eleição suplementar

    Chapa do presidente da Câmara Edson Moraes é acusada pelos 3 adversários de oferecer R$ 40 por semana em combustíveis a eleitores 

    Gravação ocorre em espaço identificado como comitê da campanha de Moraes ©Direto das Ruas/Reprodução
    Três das chapas que disputam a eleição para o Paço Municipal de Miranda –a 201 km de Campo Grande– se uniram para denunciar a campanha do atual prefeito interino, o presidente da Câmara Municipal Edson Moraes (Patri), por compra de votos. A acusação, apresentada na sexta-feira (30) ao juiz Alexandro Motta, da 15ª Vara, é baseada na suspeita de que a chapa do patriota ofereceu R$ 40 por semana em combustíveis para eleitores adesivarem seus veículos.

    Uma gravação usada na denúncia, que circula em redes sociais e chegou ao Campo Grande News, passa-se nas ruas e em um espaço identificado como comitê de campanha de Moraes. Um funcionário de seu gabinete também estaria no local em momento no qual deveria estar cumprindo expediente no Paço Municipal, aponta o material, em raros momentos mostra os rostos de envolvidos.

    Durante a conversa, o acordo de que cada adesivo em veículo garantiria R$ 40 semanais em gasolina é citado mais de uma vez –ao final, a pessoa que efetua a gravação pergunta a outra, que cola o adesivo em um automóvel, se deveria toda a semana passar no comitê, ouvindo uma resposta afirmativa.

    A denúncia foi apresentada na sexta-feira pela coligação Juntos por Miranda, Valter Ferreira de Oliveira (DEM) e sua vice, Elange Ribiero (PSD), e pelas chapas do Solidariedade, que têm Giorgio Bruno Maia Cordella como candidato a prefeito e Daniel Rodrigues Benites Filho como vice; e do PV, encabeçada por José Lopes do Santos Sobrinho e tendo Cornélio da Costa e Souza Neto como vice.
    Gravação mostra tratativas para eleitores receberem R$ 40 semanais em combustível para adesivarem veículos. (Foto: Direto das Ruas/Reprodução)
    “Pelas informações passadas até aqui, temos os fatos como verdadeiros. Além dessa denúncia, foram acrescentados mais três vídeos e as testemunhas, que prestaram depoimento, confirmaram a acusação”, afirma o advogado Osório Caetano de Oliveira, que representa as três chapas na apresentação eleitoral. “Os candidatos assinaram juntos reclamando da captação ilícita de sufrágio”, prosseguiu.

    À espera – A defesa do candidato Edson Moraes informou que até o momento não teve acesso à denúncia dos demais candidatos, aguardando a notificação oficial do Judiciário para se posicionarem de forma adequada.

    Ré em ação por compra de voto, a chapa de Moraes também é autora de pedido que, até aqui, resultou na impugnação da candidatura da vereadora Elange Ribeiro à vice de Valter de Oliveira. Em primeira instância, o juiz Motta alegou que a candidata não tinha o tempo mínimo de seis meses de filiação no PSD para figurar como candidata.

    Os advogados de Valter e Elange recorreram ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), onde o caso foi distribuído ao desembargador Divoncir Maran.

    O parecer da Procuradoria Regional Eleitoral aponta que toda a chapa deve ser invalidada, alegando que a manutenção do cabeça de chapa só poderia ser realizada em caso de deferimento prévio de toda a chapa, o que não ocorreu, ou se do deferimento ocorresse no prazo limite para substituição de nomes –que terminou em 16 de setembro.



    Por: Humberto Marques



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